As projeções para a produção mundial de vinho em 2021 são bastante pessimistas, por conta da redução na produção dos três maiores produtores mundiais (Itália, França e Espanha). Porém, ao contrário da maioria dos países do hemisfério norte, na parte sul do planeta o quadro foi completamente distinto. Com exceção da Nova Zelândia, o ano de 2021 foi espetacular, com novos recordes de produção sendo estabelecidos.
Contabilizando os sete principais produtores da região (Austrália, Chile, Argentina, África do Sul, Brasil, Nova Zelândia e Uruguai), a produção de vinhos no hemisfério sul atingiu o maior patamar da história. Segundo os dados preliminares da OIV, foram 59 milhões de hectolitros, correspondendo a cerca de 23% da produção total mundial. Na comparação com a safra 2020, isso representa um impressionante crescimento de 19%.
Forte aumento nos três maiores produtores
Após sofrer com secas nos últimos anos, a Austrália recuperou a posição de maior produtor do hemisfério sul, com 14,2 m/hl produzidos em 2021, um crescimento de 30% em relação a 2020 e de 14% frente à média dos cinco anos anteriores. Esta produção, a maior desde 2006, garante o título de quinto maior produtor de vinhos do mundo, somente atrás do trio europeu e dos Estados Unidos.
O Chile, que também viu sua produção crescer 30% em 2021, assumiu a sexta posição mundial, com 13,4 m/hl. Já a Argentina, apesar de sua produção ter crescido 16% frente a 2020, para 12,5 m/hl, perdeu duas posições tanto no ranking do hemisfério sul como mundial. A África do Sul, por sua vez, mostrou relativa estabilidade, com sua produção crescendo 2% em 2021, para 10,6 m/hl.
Brasil sobe e Nova Zelândia cai
Porém, a grande surpresa foi o desempenho da produção brasileira. Se o consumo mostrou forte crescimento nos últimos meses no Brasil, a produção nacional de vinhos não ficou para trás. Por conta de um aumento de 60% em relação a 2020, a produção brasileira atingiu 3,6 m/hl, a mais alta desde 2008. Em relação à média dos cinco anos anteriores, o ganho também foi substancial, na casa de 45%.
Este forte desempenho deve garantir ao Brasil uma escalada no ranking mundial de produção de vinhos. Após ficar na 18ª posição em 2020, o Brasil deve subir para o 14ª posto, ultrapassando Nova Zelândia, Hungria, Áustria e Grécia. As boas condições climáticas e a expansão das áreas de vinhedos, inclusive fora do Rio Grande do Sul, garantiram este desempenho.
Por outro lado, a Nova Zelândia foi o destaque negativo. Por conta de questões climáticas (frio excessivo), a produção ficou na faixa de 2,1 m/hl, uma queda de 19% frente a 2020 e 13% em relação à média de cinco anos. Por fim, a produção uruguaia mostrou aumento de cerca de 8%, para 0,7 m/hl.
Fonte: OIV
Imagem: Gerd Altmann via Pixabay
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