Para muita gente, pensar em vinhos espumantes imediatamente traz uma imagem à mente: Champagne. É difícil discordar que os espumantes elaborados nesta região francesa sejam os líderes mundiais em termos de qualidade. Por séculos, eles vêm sendo associados a comemorações diversas, verdadeiros parceiros em alguns dos melhores momentos de nossas vidas. Porém, quando o assunto é quantidade, a realidade é distinta.
Em 2022, cerca de 326 milhões de garrafas saíram das adegas de produtores da Champagne, um novo recorde histórico. Todavia, isso não foi suficiente para colocar a França na liderança na produção mundial de espumantes, mesmo quando são incluídos os diversos Crémant elaborados em outras regiões francesas. Quem detém este título é a Itália.
Marca histórica
Em 2022, a produção de espumantes na Itália atingiu seu patamar mais alto na história. Foram elaboradas 978 milhões de garrafas, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Vale lembrar que 2021 já havia sido um ano excepcional, com a produção crescendo 25% frente a 2020 e recuperando espaço após o impacto da pandemia de COVID-19.
Deste total, 807 milhões de garrafas eram provenientes de regiões classificadas como denominações de origem ou com indicação geográfica protegida, um crescimento de 3% frente a 2021. Deste total, as regiões do Vêneto e do Friuli respondiam por 85% (638 milhões de garrafas), evidenciando o enorme sucesso comercial do Prosecco. A seguir vinham Piemonte, com 72 milhões de garrafas (9%), Lombardia (24 milhões e 3%) Trentino (16 milhões e 2%) e Emília-Romagna (7,4 milhões e 1%).
Foco no mercado externo
Cada dia mais o espumante italiano aposta na crescente participação do mercado externo. As vendas internas atingiram 284 milhões de garrafas, um crescimento de apenas 1%. Sua proporção no total de vinho consumido na Itália, porém, atingiu 13,5%, contra 9% em 2015. Em termos de origem dos espumantes, o Prosecco foi o principal destaque, com uma fatia de mercado de 44%.
Os números mostram que o sucesso do Prosecco no mercado externo é ainda maior. Em 2022, a Itália exportou 5,2 milhões de hectolitros de vinhos espumantes, um aumento de 6% em relação a 2021. Destes, 3,7 milhões de hectolitros eram de Prosecco (+6%), seguido pelos espumantes de Asti (0,46 milhão de hectolitros).
Refletindo também a alta nos preços, houve um forte aumento nos valores exportados. O faturamento superou € 2,2 bilhões, um crescimento de 19% frente a 2021. O Prosecco seguiu com o líder em exportações (+22% em valor, para € 1,6 bilhão). Porém, o faturamento com os espumantes de Asti também mostrou excelente desempenho, crescendo 16% para € 168 milhões.
Ganho de participação e principais mercados
Em 2022 os espumantes representaram 24% do total das exportações de vinho italiano. Isso dá sequência a uma tendência de forte ganho de participação, pois sua parcela era de 14% em 2015 e de 7% em 2010. Na comparação com vinhos brancos e tintos, os espumantes são o primeiro produto exportado para mercados-chave, como o Reino Unido (44% de participação, contra 9% em 2010), França (49%, contra 12%), Rússia (44%), Bélgica (39%, contra 17% 12 anos antes).
Nos EUA, o primeiro mercado para vinhos italianos em termos de valor, os espumantes aparecem com uma parcela de mercado de 33%. Este patamar fica somente atrás dos brancos, que, por conta do grande sucesso comercial da Pinot Grigio, representam 36% dos vinhos italianos importados. Porém, a tendência indica que esta liderança pode ser curta, já que em 2105 os espumantes representavam apenas 17% do total exportado para o mercado norte-americano, contra 45% dos brancos e 30% dos tintos.
Fontes: Prosecco DOC; WineNews
Imagem: Richard Barnard via Unsplash
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