Quando falamos que há um casamento perfeito e que só não é para sempre quando um dos dois envolvidos está em desarmonia, estamos falando a mais pura verdade. Se há um casamento feito para durar, é a dupla entre vinhos e gastronomia!
Uma parceria que envolve paixão e compreensão, que faz com que um mais um, resulte em um terceiro envolvido (1+1=3), que é a expressão máxima dos dois e algo a mais. Desde sempre, os povos sabem que o vinho e a gastronomia se completam, pois ouvimos sempre falar que aquele determinado vinho nasceu para aquela determinada comida; e nasceu mesmo! Ou será o contrário?
Comida pede vinho
Quando temos um bom restaurante, seja aonde for, é quase que uma certeza que o cliente que o frequentar pela primeira vez, procurará ou já pedirá para ver a carta de vinhos. Não ter vinhos, ou mesmo que não ter os que mais agradem, deixa uma lacuna para o cliente. Ele, provavelmente, mesmo gostando da culinária, acabará por não retornar ao local, procurando outro restaurante onde possa saborear a refeição com vinho, ao menos em taças.
O vinho que acompanha a gastronomia dos mais renomados aos mais remotos lugares foi ao longo dos anos formando uma dupla que age em sinergia, e talvez seja um dos “segredos” mais conhecidos. Uma das harmonizações possíveis é onde unimos a gastronomia e o vinho locais.
Temos, é verdade, uma gama variada de culinárias de todas as etnias, para todos os gostos. E, justamente por isto, fez com que o desenvolvimento da vitivinicultura fosse acompanhando o enlace harmonioso desta união, mais em alguns lugares é verdade, do que em outros.
Erros e acertos
Sabemos que apontar os erros dos outros sempre é mais fácil. Mas sabemos também que apontar os acertos faz parte da vida das pessoas e é sempre uma alegria para os bons apreciadores degustarem os vinhos e as gastronomias locais, seja em viagens, seja em restaurantes étnicos, seja em casa.
Certa vez, tive que argumentar em um jantar enogastronômico, com uma questão levantada que dizia ser a cerveja, por exemplo, mais fácil de acompanhar um almoço ou jantar.
Claro está que temos o bom senso de saber que há espaço para mais que um tipo de bebidas que podem e devem ser harmonizadas com a gastronomia. Gostos particulares são mesmo “particulares” e devem ser respeitados, mas, podem ser alvo de argumentações, como a ocasião citada.
Harmonizando
Nada melhor que fazer um teste harmonizando uma sequência de pratos pedidos por três pessoas, com cervejas e vinhos. Muito provavelmente, serão gastronomias distintas, levando a mais dificuldades em harmonizar, mas a experiência é muito verdadeira. Com vinho, podemos ter uma garrafa para os três pratos, cervejas, a menos que não sejam harmonizadas, serão mais que uma provavelmente.
Volto a dizer que gosto não se discute, e se estão gostando, seja com cerveja ou vinho, ótimo, vamos comemorar o encontro. Mas, cito mais um argumento, o do preço, argumento imbatível é sempre o do ticket médio para cada comensal, caso a bebida seja o vinho, uma garrafa, servirá perfeitamente até três pessoas para uma refeição.
Vende mais porque tem vinhos, ou tem vinhos porque assim vende mais?
Para o restaurante, a brigada não precisa ficar de plantão em uma única tarefa, as taças não precisam ser trocadas e lavadas. O estoque é muito mais econômico em espaço, já que é só para as garrafas cheias, e fundamental, sempre harmonizam com a sobremesa e com o grand finale do cafezinho (vantagem para o local que serve vinhos). Portanto, um tíquete de mesa, a depender do preço do vinho, mais em conta para cada um e com menos despesas em todos os sentidos.
Procure sempre o melhor prato, para harmonizar com o melhor vinho. Isto não quer dizer que tenham que ser caros, mas bem compreendidos e harmonizados, sim. Voltando ao tema deste artigo, vende mais porque tem vinhos, ou tem vinhos porque assim vende mais, creio que uma harmonia entre as duas afirmativas seja a mais próxima da verdade.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão conhecido como O Engenheiro Que Virou Vinho, me dedico a comentar, escrever, divulgar, dar palestras e ministrar cursos de vinhos, bebidas destiladas e a harmonização com a gastronomia. Assino dentre outras mídias o site Divino Guia www.divinoguia.com.br
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Fotos: Álvaro Cézar Galvão, arquivo pessoal
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