Os três maiores produtores de vinho do mundo em 2022 caminham para uma safra complicada, ao menos em termos de quantidade, este ano. Deles, a França é a que deve mostrar melhor desempenho, com o volume da safra 2023 ficando apenas 2% abaixo do registrado no ano anterior. A Itália, que perderá a posição de maior produtor de vinhos este ano, deve ver uma safra 14% abaixo de 2022, sobretudo por conta da forte queda na produção nas áreas centrais e do sul do país.
A Espanha, por sua vez, possivelmente registrará a maior queda de produção, ao menos de acordo com estimativas revisadas recentemente. Se até meados de setembro a expectativa era de uma safra 12% menor, os novos números indicam que a safra 2023 pode ser 16,6% inferior a 2022, considerando o cenário base. A produção deve ficar na faixa entre 33,2 e 35,3 milhões de hectolitros, contra 41,1 milhões de hectolitros em 2022. Caso estas previsões se confirmem, 2023 será a menor safra já contabilizada na Espanha.
Castilla-La Mancha derruba estimativas
A drástica mudança nas projeções se relaciona com as novas previsões da safra na região de Castilla-La Mancha. Responsável por cerca de 50% da produção total espanhola, suas projeções passaram a ser muito mais pessimistas. No início de agosto, a estimativa da safra 2023 nesta região era de 20 milhões de hectolitros, 12% a menos que no ano passado.
Porém, novos dados divulgados pela Consejería de Agricultura, Ganadería y Desarrollo Sostenible de Castilla-La Mancha ajustaram para baixo a previsão desta colheita. A nova projeção, divulgada na segunda metade de setembro, é de 17,8 m/hl, indicando uma produção 22% menor do que na temporada passada. Esta grande região, situada ao sul de Madri, é mais conhecida por seus vinhos a granel, onde predomina a variedade branca Airén.
Diferenças regionais
Assim como no caso da França, os dados agregados em escala nacional da Espanha escondem profundas desigualdades do ponto de vista regional. As regiões mais ao sul do país e mais distantes do Atlântico e das cadeias de montanhas do norte devem mostrar pior desempenho, conforme tabela abaixo. A produção na Catalunha deve cair cerca de 28%, seguida por Murcia, Extremadura e Castilla-La Mancha. Os motivos principais foram o forte calor e a seca, que afetaram duramente os vinhedos e reduziram os rendimentos.
Por outro lado, as regiões produtoras banhadas pelo Atlântico ou próximas das águas do Golfo da Biscaia devem mostrar resultados superiores aos da colheita anterior. A previsão é de aumentos significativos de produção nas Astúrias, Ilhas Canárias, Galícia e Cantábria. Também nas Ilhas Baleares, Rioja, Navarra e Cantábria a produção ficará acima de 2022.
Fontes: La Semana Vitivinícola; Vinos de Castilla la Mancha; Meininger´s
Tabela: La Semana Vitivinícola
Imagem: Karl Oss Von Eeja via Pixabay
O post Safra 2023 da Espanha deve ser a menor da história apareceu primeiro em Wine Fun.