Após algumas gerações da família vendendo uvas de seus vinhedos próprios para vinícolas da Bairrada, Mário Sérgio Alves Nuno decidiu engarrafar os vinhos da propriedade familiar e fundou a Quinta das Bágeiras em 1989. Na época, eram 12 hectares de vinhedos (atualmente são mais de 28 hectares), com foco em vinhos brancos, tintos e espumantes. Com a expansão da área de vinhedos surgiram também novas linhas de vinhos, com destaque para Pai Abel. O nome é uma homenagem ao pai de Mário Sérgio.
Considerada como a segunda geração dos vinhos da Quinta da Bágeiras, conta com um tinto e um branco. O último, lançado pela primeira vez em 2009, tem um curioso histórico. Já em suas primeiras safras, não recebeu aprovação da câmara de provadores da Comissão Vitivinícola da Bairrada (por ser “diferente” dos brancos locais). Este vinho só obteve o direito de estampar a denominação de origem Bairrada em seu rótulo por conta de um recurso obtido por Alves Nuno. Em 2011, porém, ele decidiu não entrar com recurso e engarrafou o Pai Abel como Vinho de Mesa, porém com a expressão Chumbado. Em outras palavras, aquele que não foi aprovado.
Este corte de Maria Gomes e Bical foi elaborado com uvas relativamente jovens de um vinhedo chamado Barrio, com solos predominantemente calcários. Para compensar a pouca idade das videiras, Alves Nuno decidiu reduzir de forma significativa o rendimento, para obter uvas de maior concentração. Na vinificação, após colheita manual, as uvas passaram por fermentação com leveduras indígenas em barricas de carvalho francês. O vinho completou a maloláctica nos mesmos recipientes e foi engarrafado sem colagem ou filtração.
Degustando
Um vinho que, em uma degustação às cegas de brancos portugueses, esbanjou qualidade e precisão, com muita verticalidade. E mostrou incrível vivacidade, em nada exibindo os 12 anos desde sua safra. No visual, mostrou coloração amarelo palha, com um olfativo que abriu com notas de redução, que rapidamente se dissiparam. Porém, seu estilo redutivo ficou evidente, com aromas de pólvora e pedra molhada acompanhados por toque cítrico e de maresia, com discreta presença de carvalho.
No palato, um corte branco de alta acidez e corpo médio, combinando tensão e profundidade em grande harmonia. Equilibrado e elegante, trouxe notas de frutas brancas e salinidade também na boca. Um vinho que, elaborado em 2011, evidencia o estilo tão valorizado atualmente nos brancos da Borgonha. Os vinhos da Quinta das Bágeiras chegam ao Brasil pela Premium e esta cuvée estava disponível em sites online na faixa de R$ 810 em novembro de 2023.
Nome do VinhoPai Abel ChumbadoSafra2011Produtor Quinta das BágeirasEnólogoMário Sérgio Alves NunoUvasBical, Maria GomesSoloArgilo-CalcárioGraduação Alcoólica13,5%Sede da vinícolaSangalhos (Bairrada)DenominaçãoVinho de MesaPaísPortugalAgriculturaSustentávelVinificaçãoBaixa IntervençãoImportador no BrasilPremium
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