Para muita gente, a López Heredia pode ser descrita como a vinícola mais tradicional do mundo. Desde a sua fundação, no final de século XIX, muito pouco mudou, tanto na forma de conduzir seus vinhedos como nos processos de vinificação. Seu vinho de maior produção, o Viña Tondonia Tinto é um clássico, mesmo apesar de seu valor relativamente acessível. Na comparação com muitos vinhos da região, é um tinto elegante e de muita personalidade.
Mas será que ele reflete bem as variações de safra? Com esta pergunta em mente, valeu a pena organizar uma degustação com exemplares da safra 2001 até 2010 (com exceção apenas da 2003). A seguir os três destaques positivos e as três garrafas que ficaram abaixo das demais.
Três vinhos inesquecíveis
2005 – A safra 2005 é considerada uma das melhores da década de 2000 na Espanha e este vinho deixou isso muito claro. Um Rioja preciso e elegante, combinando frescor e potência. Com coloração rubi de média concentração, mostrou olfativo com aromas de frutas vermelhas, com notas florais e leve madeira. No palato, trouxe alta acidez, corpo médio e tanino finos, com deliciosas notas de frutas vermelhas e múltiplas camadas.
2007 – Direto e vertical, surpreendeu para uma safra considerada “apenas” como muito boa. Trouxe frutas vermelhas e negras no olfativo, acompanhadas por notas balsâmicas e de ervas secas, que são a marca registrada do Tondonia Reserva. Na boca, um vinho vibrante e de muita vivacidade, com alta acidez, corpo médio e taninos arenosos.
2002 – O vinho mais pronto do painel, um clássico delicioso pela leveza e abundantes notas terciárias. Coloração rubi de média intensidade, com halo granada e olfativo complexo. Destaque para os aromas balsâmicos, de frutas negras e carvalho antigo, com toque terroso. No palato, alta acidez, corpo médio e taninos macios já plenamente integrados, com notas de frutas maduras, balsâmico e toque sanguíneo.
A outra ponta
2001 – Sem dúvida alguma, a grande decepção da noite. Porém, na comparação com outros exemplares desta mesma safra provados em outras ocasiões, ficou claro que esta garrafa tinha problemas. Apesar da alta acidez, faltou estrutura e sobrou fruta passada. Uma pena.
2006 – Refletiu uma safra mais difícil e, mesmo sendo um bom vinho, ficou abaixo da maioria dos demais. Coloração rubi de alta concentração e halo violáceo, com nariz mais fechado, destacando fruta vermelha madura e ervas. Na boca, um vinho redondo e sem arestas, porém com menos tensão.
2004 – Assim como o 2001, havia expectativa que fosse um dos destaques positivos do painel. Um belo vinho, mas que certamente precisa de mais tempo para atingir seu pleno potencial. Mostrou mais extração, fruta mais madura e toque alcóolico mais evidente que o esperado.
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