Uma safra complicada. Esta talvez seja a melhor forma de descrever a safra 2023 ao redor do mundo, ao menos do ponto de vista de quantidade. Embora alguns países tenham mostrado alta na produção, na maior parte dos principais produtores mundiais, a colheita ficou bem abaixo das expectativas. Por conta disso, já contando com estimativas atualizadas após a conclusão da safra em boa parte das regiões do Hemisfério Norte, 2023 deve registrar a menor safra em escala mundial nos últimos 60 anos.
As projeções indicam uma produção de vinho de cerca de 244,1 milhões de hectolitros em 2023, uma queda de 5,5% em relação ao ano anterior. Para colocar este número em perspectiva, será produzido o equivalente a 32,2 bilhões de garrafas, mais de 2 bilhões a menos que em 2022. Esta queda sem precedentes foi ainda pior que o fraco desempenho de 2017, quando a produção mundial ficou ligeiramente abaixo de 250 milhões de hectolitros.
Quedas generalizadas no Hemisfério Sul
O desempenho ruim reflete tanto a redução da safra no Hemisfério Sul como Norte. As estimativas na parte setentrional do planeta, divulgadas no início do ano, já davam pistas que 2023 seria um ano difícil. Como um todo, o Hemisfério Sul registrou uma queda de 19% frente a 2022, na menor safra desde 2003. Até 2022 o maior produtor da região, a Austrália, registrou baixa de 24% na produção, por conta de fatores climáticos e de mercado. Foi a menor colheita em mais de 20 anos.
A África do Sul, outro país com importante parcela do mercado mundial, não ficou atrás, com uma redução de 10%. Já o Chile, mesmo com uma queda de 11%, assumiu a posição de maior produtor do Hemisfério Sul. A Argentina, por sua vez, fechou 2023 com a menor colheita de sua história, 23% abaixo da já complicada safra 2022. Produtores de menor porte também registraram quedas significativas, como Nova Zelândia (-6%), Brasil (-30%) e Uruguai (-34%).
Diferenças regionais no Hemisfério Norte
Na União Europeia, a produção de vinho deverá ser de 150 milhões de hectolitros em 2023, o que representa uma queda de 7% frente a 2022 e 8% abaixo da média dos últimos cinco anos. Mesmo apesar disso, a produção de vinho da UE representou 61% do total mundial, um patamar em linha com a média dos últimos dez anos.
Dentre os três maiores produtores de vinho do bloco, apenas um foi contra o fluxo. Mesmo apesar de eventos climáticos extremos em algumas regiões, França assumiu a liderança mundial, com uma produção estimada de 45,8 Mhl, em linha com 2022. Já Itália (-12%) e Espanha (-14%) tiveram uma safra difícil, entre as piores da história. Fora da Europa, o destaque positivo ficou com os Estados Unidos que, por conta do final da seca em suas principais regiões produtoras, mostrou aumento de 12% na produção.
Os 20 maiores produtores
Confira na ilustração abaixo a primeira estimativa dos 20 maiores produtores de vinho em 2023. Se você está usando seu celular ou tablet e quiser ampliar a visualização, toque e solte rapidamente cada um dos círculos. Caso queira ver os dados completos de cada país, basta tocar no círculo correspondente e manter até que o pop-up com dados apareça. Se estiver usando PC, basta passar o cursor do mouse.
Fonte: OIV
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