As taças ideais para cada vinho

As taças ideais para cada vinho existem, em parte por conta de razões científicas. Mas não é só isso, têm também a estética, aliada à ciência. Por que digo isto? Porque as taças modernamente falando têm seu formato e design desenvolvido para atingir a morfologia física de nossas bocas.

Inicialmente se pensava que nossas papilas gustativas eram preparadas para sentir quatro grandes grupos: doce, salgado, ácido e amargo. Porém, estudos mostraram que há um quinto grupo de sensações. Ele é descrito como umami, o sabor do glutamato monossódico (lembram do Ajinomoto?).

Umami é uma palavra japonesa que significa “saboroso”. O sabor umami está presente em alimentos ricos em aminoácidos, principalmente aqueles que contêm glutamato e nucleotídeos, como carnes, frutos do mar, queijo, tomate e cebola. Isto posto, vamos aos desenhos clássicos de taças.

Taça Bordeaux

Com design de bojo grande e boca mais fechada, foi elaborada para receber vinhos encorpados e com tanino forte, como os feitos com a uva Cabernet Sauvignon. Esse tipo de taça segura os aromas, concentrando-os para reforçar o sabor da bebida e facilita o direcionamento para a ponta da língua, onde percebemos os sabores mais frutados e adocicados. Além da Cabernet Sauvignon, a taça Bordeaux combina com Merlot, Syrah e Tannat.

Taça Borgonha

O design da taça Borgonha lembra um balão, com bojo maior do que as taças Bordeaux e uma boca maior, permitindo maior contato do ar com a bebida. Esse tipo de taça é ideal para favorecer vinhos de aromas imperdíveis e, também, facilita o contato da bebida com o centro da língua, diminuindo sua percepção de acidez. Essa taça é ideal para Pinot Noir, Rioja e Nebbiolo.

Taça de vinho branco

A taça de vinho branco, como seu nome já indica, foi elaborada para consumo rápido e fácil dessa bebida. Elas têm um bojo menor e são mais baixas, permitindo que o volume preenchido da taça seja pequeno e não favoreça a elevação da temperatura, já que esses vinhos devem ser consumidos mais gelados. Direciona o vinho para as laterais da língua.

Taça de vinho rosé

Os vinhos rosés são uma bela mistura dos taninos encontrados nos vinhos tintos e os aromas dos vinhos brancos, por esse motivo tem taças pequenas, porém com um bojo grande, que valoriza essas duas características. É pouco comum encontrar taças de vinhos rosés em jogos de copos, por isso ele também pode ser consumido em taças de vinho branco.

Taça ISO

Essa é a taça padrão que se adapta para todos os tipos de vinho, muito utilizada em restaurantes ou em eventos de degustação. Ela tem um tamanho menor do que as tradicionais taças de vinho tinto, porém com bojo maior e a boca mais fechada. Por se adaptar a qualquer tipo de bebida, ideal para degustação técnica.

Taça de espumantes

Essa taça é também chamada de Flute (flauta), por causa de seu formato fino e alongado. Esse design é ideal para que sejam formadas as bolhas da bebida espumante, que colaboram com seu sabor e aroma. Como o volume dessa taça é pequeno, ela também não prejudica a temperatura da bebida, que deve ser servida a temperatura ideal sempre.

Taças de vinhos doces (sobremesas)

 Essas taças possuem bojo e tamanho pequeno, para valorizar o consumo de vinhos mais doces, que não devem ser ingeridos em grandes quantidades. O desenho da taça, com a boca levemente fechada, permite que a bebida seja levada diretamente para a ponta da língua, onde também saboreamos paladares mais doces.

Arquitetura das taças

Aro: De acordo com o tamanho, determina a concentração dos aromas e a distribuição harmoniosa da bebida na boca.

Bojo: Acondiciona o vinho e proporciona o espaço adequado para que líquido respire e libere os aromas.

Haste: Faz a ligação entre o bojo e a base. Deve ser suficientemente longa.

Base: Permite que a taça fique em pé, servindo de apoio às outras partes.

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão conhecido como O Engenheiro Que Virou Vinho, me dedico a comentar, escrever, divulgar, dar palestras e ministrar cursos de vinhos, bebidas destiladas e a harmonização com a gastronomia. Assino dentre outras mídias o site Divino Guia www.divinoguia.com.br

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Fotos: Álvaro Cézar Galvão, arquivo pessoal

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