Giuseppe Caviola ganhou maior projeção após receber, em 2002, o prêmio de melhor enólogo da Itália, concedido pelo Gambero Rosso. E boa parte deste sucesso se deve à repercussão obtida por dois vinhos que ele elaborou pela primeira vez em 1991. De um lado, o Dolcetto Barturot, de outro, o Barbera Bric du Luv. Ambos têm origem em vinhas velhas, em um estilo que dá destaque à concentração e profundidade. Vale a pena falar mais sobre as safras mais recentes destas cuvées, que chegam ao Brasil pela Tanyno.
Dolcetto Barturot 2022, 14%
Este foi o primeiro vinho produzido por Caviola em 1991. Com videiras plantadas em 1946, esta parcela de 1,9 hectare em Montelupo Albese foi a primeira aquisição de Beppe, como também é conhecido. Elaborado com uvas de cultivo orgânico certificado e 100% desengaçadas, porém, sem prensagem, conta com fermentação de 15 dias em inox, com uso exclusivo de leveduras indígenas. Nas primeiras safras passava por barricas, posteriormente por botti, mas a partir de 2022, fica por oito a dez meses em inox, sendo engarrafado após filtração.
E o vinho? Um Dolcetto delicioso e de alta gama, combinando frescor e complexidade. No visual, mostrou coloração púrpura, de média a alta concentração, com olfativo expressivo e intenso. Destaque para os aromas florais (violeta) e de frutas vermelhas e negras (ameixa e cereja negra). Na boca, um tinto de alta acidez, taninos finos e corpo médio. Um vinho equilibrado e muito bem construído, com boa estrutura e muito frescor, trazendo profundidade, amplitude e fruta bem presente.
Barbera Bric du Luv 2021, 15,5%
Este vinho tem uma proposta muito próxima ao anterior, porém contando com uma variedade que pode dar origem a vinhos mais complexos e com mais camadas, sem contar um maior potencial de guarda. Também lançado em 1991, tem origem em vinhas velhas (65 anos) de cultivo orgânico no vinhedo de 1,5 hectare de mesmo nome, em Montelupo Albese. Na vinificação, após colheita manual, fermentação de 20 a 25 dias em tanques em inox, com uso exclusivo de leveduras indígenas. O vinho passou 13 meses em botticelli de 10 hectolitros, não passando por filtração antes do engarrafamento.
Um Barbera intenso e concentrado, cheio de superlativos e com grande potencial de guarda. No visual, mostrou coloração púrpura de média concentração, com olfativo marcado por aromas de frutas negras (cereja) e menta, com notas de madeira e especiarias. No palato, trouxe alta acidez, um tinto encorpado, com taninos finos e bem presentes e mastigável. Denso, concentrado e untuoso, mostrou amplitude e profundidade. Equilibrado e com muita fruta, deve ganhar com o passar do tempo.
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