Champagne bate novo recorde de vendas, mas nem todos festejam

Se a região de Champagne ficou entre as mais afetadas pela forte queda na venda de espumantes em função da COVID-19 em 2020, a recuperação após isso tem sido impressionante. O total de vendas em 2021 já havia batido seu recorde, mas a marca voltou a ser superada no ano passado. Com um faturamento de € 6 bilhões em 2022, as vendas de Champagne fecharam 20% acima do nível de 2019, último ano antes da pandemia

No ano passado, foram vendidas 326 milhões de garrafas, cerca de 1,6% acima no nível de 2021. O principal responsável pelo forte crescimento do faturamento em 2022, assim, foi o aumento dos preços. O valor médio de uma garrafa de Champagne subiu quase 8% frente a 2021, atingindo € 32. É uma das regiões de vinhos mais caros do mundo.

Aumento nas exportações

A parcela das exportações segue aumentando em Champagne. Do total de 326 milhões de garrafas, 187,5 milhões foram direcionadas aos mercados internacionais, com destaque para Estados Unidos e Reino Unido. Isso levou a proporção de exportações a 57% da produção, contra cerca de 45% em 2012.

No entanto, este desempenho não agradou a todos. As vendas no mercado francês no ano passado fecharam em 138,4 mil garrafas, uma queda de 1,7% frente a 2021. E parte deste desempenho mais fraco se deveu às menores entregas, sobretudo por parte das grandes Maisons da região, como Ruinart, Bollinger, Deutz, Pol Roger, Billecart-Salmon ou Taittinger.

Menor oferta e preços mais altos

Mesmo com forte demanda por parte dos consumidores, as lojas de vinhos e cavistas franceses não conseguiram vender o esperado em 2022. O motivo? Falta de produtos, sobretudo na época do final do ano. Patrick Jourdain, presidente do Syndicat des Cavistes Professionnels deixou clara, em entrevista à publicação Vitisphere, a insatisfação do setor em relação ao comportamento das Maisons.

 “Os comerciantes de vinho estão furiosos com as Maisons de Champagne. Perdemos volume de negócios”. E este não foi o único problema, já que o preço destes Champagnes subiu entre 10% a 15% em relação ao praticado no início de 2022. Como medida paliativa, cresceram as vendas de Champagnes de pequenos produtores, mas não o suficiente para compensar as perdas com as Maisons. Mais um indicativo que parece não faltar demanda por vinhos mais caros e mais bem avaliados, mesmo a preços mais elevados.

Fontes: CIVC; Vitisphere

Imagem: Alexander Naglestad via Unsplash

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