Muita gente ainda associa a região de Champagne exclusivamente às suas grandes Maisons, nomes como Veuve Clicquot, Moët & Chandon, Taittinger, Deutz, Pommery, Louis Roederer e tantas outras. Estas grandes casas elaboram boa parte de sua produção a partir de vinhedos de terceiros, lembrando que a Champagne tem mais de 19.000 viticultores, de posse de cerca de 90% dos vinhedos locais.
Nas últimas décadas, porém, o que se viu foi uma explosão da quantidade de produtores independentes, elaborando os chamados próprios. Atualmente são mais de 3.200 viticultores que elaboram Champagnes com rótulos próprios, trazendo uma imensa diversidade de estilos e cuvées diferentes. Se antes as opções eram poucas, agora são milhares de rótulos diferentes para escolher.
Ajudando na escolha
Por conta da enorme quantidade de novos produtores, selecionar Champagnes passou a ser um exercício complexo. Pensando nisso, a Le Point, uma das três maiores revistas semanais francesas, decidiu ajudar os consumidores. Seu editor de vinhos, Jacques Dupont, um dos mais respeitados jornalistas do vinho da França, provou alguns dos vinhos de mais de 100 produtores locais.
Dupont degustou mais de 200 vinhos e publicou suas notas, em uma escala de pontuação, que tem 20 como nível máximo. Para facilitar, tiramos a média para os produtores onde Dupont provou mais que um vinho. Vale lembrar que esta é uma avaliação pessoal, com Champagnes de diferentes categorias, safras e faixas de preço.
Produtores de destaque
Considerando as notas dadas por Dupont, dois produtores independentes se destacaram. Com nota 18,5, Pierre Moncuit e De Sousa lideraram o ranking. A seguir, com 17,75, vieram Bérèche et Fils e Champagne Geoffroy, seguidos por Francis Boulard, Huré Frères, Laherte Frères, Michel Genet, Pascal Agrapart e Tarlan, todos com 17,5.
Charpentier e J.L. Vergnon obtiveram 17,25, enquanto Alexis Leconte, Cazals, Chartogne-Taillet, Egrot et Filles, J.-M. Sélèque, Marc Hébrart, Monmarthe, Penet-Chardonnet, Philippe Hautem, Pierre Gimonnet et Fils, Pierre Trichet, Simon Rion, Stéphane Coquillette e Wirth et Michel fecharam a lista daqueles com pontuação igual ou superior a 17.
Outros produtores
Optamos por dividir os demais produtores em dois grupos. O primeiro é aquele com notas entre 16 e 17. São eles: Alain Bernard, Allouchery-Deguerne, Apollonis – Michel Loriot, Baron Albert, Benoît Cocteaux Boutillez-Vignon, Brémont, Brice, Christian Bourmault, Christophe Mignon, Colin, Collard-Picard, Marie Copinet, Crété Chamberlin, Damien Hugot, David Coutelas, Didier-Ducos, Diebolt-Vallois, Franck Bonville, François Lecompte, Froment-Griffon, Gaidoz-Forget, Champagne Gamet, Georges Vesselle, Guy Charlemagne, Guy Larmandier, Guy Méa, H. Goutorbe, Hutasse, Jacques Picard, Jacques Rousseaux, J.M. Goulard, José Michel, Lacourte-Godbillon, Lafalise-Froissart, Le Gallais, Legras et Haas,Louis Brochet, Louise Brison, Louis Nicaise, Michel Arnould et Fils, Morel Père et Fils, Morize, Nicolas Maillart, O. Belin, Olivier Marteaux, Pascal Walczak, Philippe Thévenin, Piot-Sévillano, R.H.Coutier, Richard-Dhondt, Robert-Allait, Robert Desbrosse, Roger Coulon, Roger Manceaux, Roland Boulard et Filles, Rousseaux-Fresnet, Soutiran, Taisne Riocour, Tellier, Tornay, Trudon, Waris – Larmandier, Xavier Leconte e Yannick Prévoteau.
Já 21 produtores obtiveram notas médias inferiores a 15. São eles: Antoine Bouve, Bénard-Pitois, Cristian Senez, Dauby Mère et Fille, Édouard Brun, Gabriel-Pagin, Gaudinat-Boivin, Gimonnet-Gonet, Mademoiselle Marg’O, Maurice Delabaye, M. Marcoult, Mondet, Patrick Soutiran, Perrot-Batteux et Filles, Pierre Courtois, Salmon, Soret-Devaux, Vazart-Coquart, Veuve Olivier, Vincent-Lamoureux, Waris-Hubert.
E os melhores Champagnes?
Para facilitar a comparação, dividimos os Champagnes degustados em quatro grupos, de acordo com seus preços no mercado varejista francês. Quatro deles foram destaque entre aqueles com preço superior a € 100: Cuvée des Caudalies 2013 (De Souza, 18,5 pontos, € 175), Reflet d’Antan (Bérèche et Fils, 18, € 740), Aÿ Grand Cru 2015 (do mesmo produtor, 17,5, € 190) e Terre Millésime 2012 (Champagne Geoffroy, 17,5, € 105).
Na faixa de preço entre € 51 e € 100, seis Champagnes se destacaram, com notas superiores a 17,5. São eles: Clos Cazals 2014 (Cazals, 18, € 86), Les Rachais 2015 (Francis Boulard et Fille, 18, € 75), Inattendue (Huré Frères, 18, € 52), MSNL 2012 (J.L. Vergnon, 18, € 72), Tiersaudes 2018 (Champagne Geoffroy, 17,5/18, € 77) e Author 2014 (Michel Genet, 17,5/18, € 52.)
Ainda na mesma faixa de preços, todos os seguintes vinhos receberem pontuação 17,5: Pinot Meunier Zéro Dosage (Charpentier, € 59), Parcelle Chemin de Reims (Chartogne-Taillet, € 98), Clos Bourmault 2012 (Christian Bourmault, € 62), ADN de Meunier 2016 (Christophe Mignon, € 69), Soliste Pinot Noir 2018 (J.-M. Sélèque, € 72), L’Angélique (Mouzon Leroux et Fils, € 60), Avizoise (Pascal Agrapart, € 94), Clos des Mises 2012 (Philippe Hautem, € 59) e Spécial Club 2016 (Pierre Gimonnet et Fils, € 71,50).
Olho no custo-benefício
Focando nos Champagnes entre € 31 e € 50 uma surpresa. O Millésime 2012, de Pierre Moncuit e preço de € 48, recebeu a melhor avaliação entre todos os vinhos do painel: 19 pontos. Nesta faixa de preço, outros vinhos que se destacaram foram: Les Rouges Maisons (Laherte Frères, 18 pontos, € 50), Pierre Moncuit-Delos (Pierre Moncuit, 17,5/18, € 26,50), Zéro (Tarlant, 17,5/18, € 44), Prestige ( Diebolt-Vallois, 17,5, €35), Millésime 2013 (H. Goutorbe, 17,5, € 34), Blanc 2 Noirs (Simon Rion, 17,5, € 47) e Les Massales (Tellier, 17/17,5, € 36).
Por fim, dois Champagnes se destacaram abaixo de € 30. São eles: Extra-Brut 2016 (Louis Nicaise, 17,5, € 28) e Pur Rosé (Morel Père et Fils, 17,5, € 24,70). Com pontuação de 17, outros 10 vinhos também merecem atenção: La Symbolique (Baron Albert, € 28,55), Blanc Absolu (Didier-Ducos, € 25,50), Rosé de Saignée (Jacques Rousseaux, € 23,75), MG BB Nature (Michel Genet, € 29), Rosé de Saignée (Morize P & F, € 18,30), Cuvée Supérieure Zéro Dosage (Richard-Dhondt, € 17,20), Cuvée Roland Boulard (Roland Boulard et Filles, € 25), Les Clés (Stéphane Coquillette, € 29), Blanc de Noirs (Tornay, € 26,50) e Sinégramme (Trudon, € 26,80).
Fonte: Le Point
Imagem: Matej Tomazin via Pixabay
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