Châteauneuf-du-Pape La Crau 2001, Vieux Télégraphe

Um dos mais tradicionais produtores da denominação de origem Châteauneuf-du-Pape, a Domaine du Vieux Télégraphe tem suas origens em 1898 e segue, desde então, como uma vinícola familiar. Nos últimos anos expandiu suas atividades para outras regiões, porém a joia da coroa continua sendo sua parcela no lieux-dit Les Cras. Com cerca de 70 hectares, é um vinhedo de localização e geologia privilegiados. São diversas camadas de solo, combinando calcário, sílica, além de uma argila vermelha robusta (conhecida como molasse) e depósitos aluviais superficiais (galets roulés). Estes últimos possuem funções importantes: isolam as videiras tanto do frio quanto do calor, e fornecem drenagem ideal para as raízes.

O Châteauneuf-du-Pape Les Cras é o vinho mais emblemático da Domaine du Vieux Télégraphe, elaborado a partir de vinhas velhas (idade média atual na faixa de 60 anos), cultivadas de forma orgânica (sem certificação). Na safra 2001 foi um corte de 65% Grenache, 15% Mourvédre, 15% Syrah, com o restante de Cinsault, Clairette e outras variedades. Na vinificação, após colheita manual, as uvas foram parcialmente desengaçadas e fermentadas por 25 a 35 dias com leveduras indígenas, em tanques de inox e foudres. O vinho foi mantido em tanques de cimento por 10 meses, seguido por mais 12 meses em foudres e foi engarrafado sem filtração ou colagem.

Degustando

As cuvées mais simbólicas da Domaine du Vieux Télégraphe são conhecidas pela sua potência e grande capacidade de evolução, daqueles vinhos que requerem tempo para atingir o seu ápice. E esta garrafa foi uma prova disso, um corte do Rhône que combinou estrutura e elegância, majestoso 21 anos após sua safra. No visual, mostrou coloração granada de média concentração, com um olfativo rico e complexo. Destaque para as notas terciárias, com aromas de couro, carne, tabaco, ervas secas, leve balsâmico, terroso e chocolate, enquanto uma discreta nota de frutas vermelhas e negras ficou em segundo plano.

Na boca, um vinho de boa acidez, taninos arenosos e integrados e corpo médio. Mais seco no palato, mostrou boa presença de fruta, com muita textura e complexidade. Conseguiu combinar uma excelente estrutura com frescor e elegância, certamente compensou esperar tantos anos para desfrutá-lo. Alguns dos vinhos da Domaine du Vieux Télégraphe são trazidos para o Brasil pela Ravin, mas esta cuvée não estava disponível no site da importadora. Podia ser encontrada em algumas lojas online, na faixa de R$ 1.300 em agosto de 2022.

Nome do VinhoChâteauneuf-du-Pape La CrauSafra2001Produtor Domaine du Vieux TélégrapheEnólogoDaniel BrunierUvasGrenache, Mourvèdre, Syrah, Cinsault, Clairette, outrasSoloAluvial (Galet Roulés), Argiloso (Molasse)Graduação Alcoólica14%RegiãoBédarrides (Provence-Alpes-Côte d’Azur)DenominaçãoChâteauneuf-du-Pape PaísFrançaAgriculturaOrgânica não certificadaVinificaçãoBaixa IntervençãoImportador no BrasilRavin

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