Hervé Villemade assumiu a vinícola familiar em 1995 e partiu para uma grande transformação. Antes dele, o cultivo dos vinhedos era de forma convencional, com uso de produtos químicos sintéticos. Porém, inspirado em vinhateiros como Marcel Lapierre e Thierry Puzelat, ele optou por converter seus vinhedos para agricultura orgânica e adotar mínima intervenção na adega.
Um de seus vinhos mais simbólicos é o Désiré, elaborado somente em garrafas magnun. Com uvas provenientes de um único vinhedo com plantas de cerca de 30 anos, o corte varia ligeiramente em cada safra, tendo a Pinot Noir como majoritária (em torno de 85%) e Gamay. Na elaboração, há uso de cachos inteiros, fermentação com leveduras indígenas e engarrafamento sem filtração e colagem. A partir da safra 2014, passou a fazer estágio em ânforas georgianas.
Degustando
Com 13 anos desde sua safra, mostrou um padrão invejável, com uma personalidade própria. Não é um vinho para quem se encanta com abundância de fruta e muita estrutura, mas seduz quem prefere vinhos mais frescos e austeros. No visual, mostrou coloração granada de média intensidade, com um olfativo marcado por notas de ervas verdes, raiz, fruta picante, engaço e especiarias, com discreta nota de acidez volátil.
Já no palato, um corte de acidez marcante, corpo médio e taninos macios e já redondos. Se mostrou leve e glou glou, com fruta azedinha também na boca. Fácil de beber e com muita vivacidade dentro de uma linha mais austera, é daqueles vinhos nos quais a garrafa esvazia logo. Alguns vinhos de Hervé Villemade chegavam no Brasil pela World Wine, mas não localizei se há importador atual. Na Europa esta cuvée custa cerca de € 75, para a garrafa magnun.
Nome do VinhoCheverny Désiré Safra2010Produtor Hervé VillemadeEnólogoHervé VillemadeUvaPinot Noir, GamaySoloArenoso, SilexGraduação Alcoólica12,3%Sede da VinícolaCellettes (Loir-et-Cher)DenominaçãoChevernyPaísFrançaAgriculturaOrgânicaVinificaçãoNaturalImportador no BrasilNão é mais importado
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