Na maioria dos principais países produtores da Europa, a forma mais utilizada para hierarquizar os vinhos é por sua procedência. Não faltam casos de denominações de origem onde a localização e qualidade do vinhedo são o ponto de partida. Exemplos clássicos são Borgonha, Áustria e Alemanha. Na Espanha, porém, a classificação mais usada nos vinhos ainda é aquela que considera o tempo no qual os vinhos ficam em contato com barricas de carvalho.
No país ibérico existem normas nacionais, que, geralmente, se tornam ainda mais exigentes em algumas denominações de origem, como a Rioja e a Ribera del Duero. Hoje vamos conhecer como funciona a classificação desta última região, que foca sua produção em vinhos tintos elaborados a partir da Tempranillo.
De acordo com as regras do Consejo Regulador da denominação de origem Ribera del Duero, existem quatro classificações distintas: Cosecha, Crianza, Reserva e Gran Reserva. Abaixo, vamos conhecer cada uma delas, lembrando que as barricas usadas para o envelhecimento devem, obrigatoriamente, ter no máximo 330 litros de capacidade.
Cosecha
Esta categoria pode ser dividida em três grupos distintos. Cada vez mais presentes em diversas denominações de origem na Espanha, estão aqueles vinhos que não se submeteram a esta classificação. São vinhos que podem estampar em seus rótulos a expressão Ribera del Duero, porém sem qualquer menção à classificação por tempo de passagem por carvalho.
O segundo grupo é composto pelos chamados Vinos Jovenes, que não passam por madeira. Já o grupo final pode usar as expressões Roble ou Barrica, caso o vinho tenha sido mantido em contato com barricas de carvalho por um mínimo de três meses.
Crianza
No caso dos vinhos tintos, eles devem ser envelhecidos (em carvalho ou garrafa) por pelo menos dois anos após a colheita. Deste período, ao menos doze meses devem ter sido em carvalho. Esta regra é mais exigente que a aprovada em escala nacional para a Espanha, que considera um período mínimo de seis meses em barricas. Para clarets, brancos e rosés, eles devem passar ao menos dezoito meses na vinícola, dos quais ao menos seis meses em carvalho.
Reserva
Os tintos devem passar por pelo menos 36 meses em envelhecimento, dos quais ao menos um ano em carvalho, com o resto do tempo em garrafa. Para rosés, clarets e brancos, o período mínimo total é de dois anos, dos quais um mínimo de seis meses em carvalho.
Gran Reserva
No caso dos vinhos tintos, o período de estágio mínimo deve ser de pelo menos cinco anos. Deste período, 24 meses devem ser em carvalho, com o restante em garrafa. Da mesma forma que no caso dos Crianzas, esta regra é mais exigente que a aprovada em escala nacional, que considera um período mínimo de dezoito meses em barricas. Para brancos, clarets e rosés, são 48 meses, com ao menos seis meses em carvalho.
Observações importantes
Um ponto importante é destacar que estes requisitos são os mínimos. Muitas vinícolas seguem envelhecendo seus vinhos mais tempo do que o mínimo requerido pelo Consejo Regulador. A cuvée Único, da Vega Sicilia, passa por tempo total de 120 meses de envelhecimento, dos quais geralmente seis anos em carvalho e mais quatro anos em garrafa.
Outro ponto importante é que não há definição de qual a origem do carvalho utilizado. Assim, cabe ao produtor escolher qual tipo de carvalho melhor se adapta a seus objetivos. Vinícolas mais tradicionais, em geral, dão maior peso ao carvalho americano, em contraste ao uso mais difundido de carvalho francês por outros produtores.
Fontes: Consejo Regulador Ribera del Duero; The Wines of Spain, Julian Jeffs
Quadro: Consejo Regulador Ribera del Duero
Imagem: Consejo Regulador Rioja
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