Domaine Lamy-Caillat: Chardonnay de alta precisão em Chassagne-Montrachet

Apesar de sua milenária tradição, a Borgonha não cansa de trazer surpresas. Se algumas vinícolas contam com décadas de tradição, também há espaço para novas iniciativas. Mesmo apesar dos estratosféricos preços dos vinhedos, a combinação entre uma família tradicional e um vinhateiro talentoso já ganhou atenção em Chassagne-Montrachet. Estamos falando da Domaine Lamy-Caillat.

O nome Lamy tem longa tradição no sul da Côte de Beaune. Florence Lamy é filha de René Lamy, que dá nome à Domaine Lamy-Pillot, e sobrinha de Hubert Lamy, um dos principais nomes por trás do maior reconhecimento dado nos últimas anos a Saint-Aubin. Já o nome Caillat se refere ao seu marido, Sébastien, um engenheiro que, além do projeto com a esposa, é também enólogo-chefe da Lamy-Pillot.

Uma micro-vinícola de sucesso

Criada em 2008 com apenas 1,2 hectare de vinhedos, a Lamy-Caillat já colhe frutos de seus vinhos de altíssima qualidade. O foco integral fica na Chardonnay, plantada em sete parcelas diferentes, de cultivo orgânico não certificado desde 2010, em uma área total de apenas dois hectares. Boa parte fica em Chassagne-Montrachet, com uma parcela em Saint-Aubin.

O estilo de vinificação de Sébastien remete à Borgonha do passado. As uvas são esmagadas antes da prensagem, realizada em uma antiga prensa mecânica Vaslin, do mesmo modelo usado pela Domaine Coche-Dury. A fermentação é feita em tanques e os vinhos passam para barricas (80% das quais usadas), onde ficam quase um ano sem bâtonnage, para mais um ano em tanques de inox, com suas lias. Antes do engarrafamento, passa por colagem, mas sem filtração.

Sébastien usa sua criatividade e seus conhecimentos de engenharia para desenvolver uma serie de técnicas e ferramentas para uso na sua vinícola. Por exemplo, desenvolveu uma máquina que permite que suas rolhas recebam uma camada extra de cera, visando proteger o vinho da oxidação. Até mesmo a mesa de degustação da adega foi feita por ele, contendo amostras dos solos e cuspidores embutidos, pequenos exemplos de um trabalho artesão que se reflete tão bem em seus vinhos.

Vinhos de rara precisão

Por conta de sua alta qualidade e raridade (a produção anual mal passa de 7.000 garrafas), são vinhos difíceis de se achar mesmo na França, mas valem o esforço. O Chassagne-Montrachet Village é elaborado com uvas de uma parcela de 0,2 hectare no lieu-dit Pot Pois, a partir de vinhas velhas de mais de 60 anos. O resultado? Um dos melhores custos-benefícios da Borgonha. Já o Saint-Aubin En L’Ebaupin é feito a partir de videiras mais jovens, plantadas em 2015 em uma parcela de 0,4 hectare.

As cinco demais cuvées são todas elaboradas a partir de parcelas em distintos climats Premier Cru localizados em Chassagne-Montrachet. O Les Grands Corvées é última novidade da vinícola, com mais intensidade e concentração, enquanto o Champs Gains (de uma parcela de apenas 0,1 hectare) é o de menor produção, cerca de 750 garrafas ao ano.

Dois vinhedos de solos mais pobres e mais altos na Grande Montagne de Chassagne-Montrachet dão origem a dois vinhos mais verticais e de alta tensão: La Romanée (0,22 hectare) e La Grande Montagne (0,24 ha). Por fim, a partir de uma parcela de 0,55 hectare em Les Caillerets (um dos melhores vinhedos desta denominação de origem) vem o carro-chefe da vinícola, um vinho espetacular.

Nome da VinícolaDomaine Lamy-CaillatEstabelecida2008Website http://www.lamycaillat.fr/enEnólogoSébastien CaillatUvasChardonnayÁrea de Vinhedos2 haSede da VinícolaChassagne-Montrachet (Bourgogne-Franche-Comté) DenominaçõesChassagne-Montrachet 1er Cru, Chassagne-Montrachet, Saint-AubinPaísFrançaAgriculturaOrgânica não certificadaVinificaçãoBaixa Intervenção

Fontes: Website da vinícola; entrevista com o produtor; Inside Burgundy, Jasper Morris MW

Imagem: Arquivo pessoal

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