Quais são os vinhos mais caros do mundo? Esta é uma pergunta difícil de responder, até porque alguns vinhos se tornaram verdadeiros itens de colecionador, disputados como obras de arte em leilões presenciais e virtuais. Em geral, são vinhos de safras mais antigas ou de produção minúscula, nas quais existem pouquíssimas garrafas disponíveis no mundo. E esta escassez faz o preço atingir níveis elevadíssimos.
Porém, se o ranking dos mais caros ficar restrito àqueles vinhos que podem ser comprados fora de leilões, ou seja, estão disponíveis em lojas e plataformas online de negociação, a tarefa é mais simples. Isso é o que mostram os dados da Liv-ex, um dos maiores marketplaces de vinhos finos do mundo. A cada dois anos, ela publica seus rankings de vinhos mais negociados, e isso permite construir uma lista, dentre os vinhos efetivamente disponíveis, daqueles mais caros e disputados.
Metodologia
Para se qualificar para este ranking, um vinho deve ter sido comercializado na Liv-ex entre 1º de julho de 2020 e 30 de junho de 2021, em um formato de garrafa de 750ml ou magnun. Dois critérios adicionais devem ter sido cumpridos: (1) cinco ou mais safras do vinho devem ter sido negociadas durante o período; (2) o vinho deve ter sido negociado 15 ou mais vezes durante o período. Ou seja, estamos falando de vinhos que são comprados e vendidos de forma recorrente.
A classificação é dividida em cinco categorias, indo dos mais “baratos” aos mais caros. Para fazer parte da última categoria, a caixa de 12 garrafas de 750ml deve ter sido negociada a um preço superior a £ 3.006, o que corresponde atualmente a aproximadamente R$ 1.804 por garrafa. Este seria o preço lá fora, lembrando que no Brasil os preços são em geral 2,5 a 3 vezes maiores. Se já não são baratos lá fora, faça o cálculo por aqui.
Poucas regiões
Baseados nestes critérios, o ranking inclui 72 vinhos de todo o mundo, concentrados, porém, em poucas países e regiões. São apenas oito regiões, lideradas pela Borgonha que, com 31 vinhos diferentes, respondeu por 43% dos vinhos mais caros do mundo. A seguir, veio outra região francesa, Bordeaux, empatada com a California (ambas com 10 vinhos), seguidas por Piemonte (8), Champagne (6), South Australia e Toscana (ambas com 3) e Rhône (1).
Se a França correspondeu a exatamente 2/3 dos vinhos mais caros nesta lista de 72 nomes, a sua participação é ainda maior quando considerados somente os dez primeiros colocados. No top 10 do ranking são nove vinhos franceses (seis dos quais da Borgonha) e um norte-americano. Nos vinte mais caros, a participação francesa ficou em 85%.
Vinhos da Borgonha são os mais caros
Caso você se disponha a comprar uma garrafa de cada um destes 72 vinhos, prepare-se para gastar cerca de R$ 457 mil, lembrando que o preço é aquele aplicado no exterior. Deste valor, aproximadamente R$ 375 mil seriam gastos em vinhos franceses (82% do total), com um valor médio de R$ 7.803 por garrafa. Já para os vinhos fora da França, o gasto médio seria de R$ 3.417 por garrafa.
Considerando somente os vinhos da Borgonha, o preço médio por garrafa fica em R$ 9.101, bem acima de todas as demais regiões. Outras duas regiões francesas vêm na sequência: Bordeaux (R$ 5.858 por garrafa) e Champagne (R$ 5.273). A seguir vem California (R$ 4.552), Toscana (R$ 2.764), Piemonte (R$ 2.575), South Australia (R$ 2.529) e Rhône (R$ 2.185).
Os vinhos mais caros do mundo
A tabela abaixo traz a relação dos 72 vinhos mais caros do mundo, de acordo com os critérios da Liv-ex. O pódio inteiro fica com três cuvées distintas da Domaine de la Romanée-Conti (Romanée-Conti, La Tache e Richebourg), que além destes três, coloca outros três vinhos em outras posições na lista. Isso a torna a vinícola com maior presença neste ranking, com seis vinhos distintos, juntamente com a Domaine Armand Rousseau, também da Borgonha.
As três posições seguintes são ocupadas pelo ícone californiano Screaming Eagle, seguido por dois vinhos do Bordeaux (Petrus e Le Pin, ambos da região do Pomerol). Fecham a lista dos dez mais caros o Chambertin Grand Cru da já citada Domaine Armand Rousseau, seguido pelo Champagne Clos d’Ambonnay, da Krug, e mais dois vinhos da Domaine de la Romanée-Conti (Romanée Saint-Vivant e Grands Echezaux).
É sempre importante destacar que este ranking não inclui vinhos negociados com pouca frequência. Alguns exemplos são aqueles da Domaine Leroy ou Henry Jayer, ambos da Borgonha, Rieslings de sobremesa alemães ou vinhos do Porto ou Madeira de parcelas selecionadas ou safras mais antigas.
Fontes: Liv-ex e cálculos da WineFun
Imagem: Dimitris Christou via Pixabay
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