O interesse por vinhos elaborados a partir de uvas brancas não para de crescer ao redor do mundo. E isso leva em consideração a crescente preferência dos consumidores por vinhos leves e frescos, o que acaba colocando algumas regiões em destaque. Entre elas, ficam as diversas denominações de origem do noroeste da Península Ibérica, tanto na Espanha como em Portugal.
Se a Alvarinho talvez seja a casta mais conhecida desta região, outra variedade vem chamando cada vez mais a atenção: a Loureiro. Originária do norte de Portugal, possivelmente da área em torno do rio Lima, é a uva mais popular e símbolo da região dos Vinhos Verdes. No passado, era mais conhecida pela sua capacidade de produzir grandes quantidades de vinhos brancos leves e muito frescos. O foco agora, porém, fica também na busca da qualidade. Mais do que uma uva para produzir somente vinhos simples e de rápido consumo, diversos produtores usam a Loureiro também para elaborar cuvées mais sofisticadas e aptas para guarda mais longa.
Características e vinhos
A Loureiro é uma variedade de vigor médio e índice de fertilidade elevado. Ela dá origem a cachos compridos, medianamente compactos e pesados, o que torna esta casta muito produtiva. É uma variedade de brotação média a precoce e de maturação média, se mostrando sensível ao míldio, ao oídio, à podridão dos cachos e aos ácaros. Prefere solos profundos e de média fertilidade.
Ela produz mostos com aroma acentuado e característico, dando origem a vinhos de cor amarelo palha com reflexos verdeais e aromas intensos. Destaque para frutas cítricas, frutas brancas (pera e maçã), além de notas florais. Aliás, uma das hipóteses para seu nome é que um de seus descritivos olfativos mais usados é aquele da flor de loureiro (a planta que produz as folhas que usamos como tempero). Na boca, são vinhos de alta acidez, frescos e harmoniosos. Seu uso é tanto para vinhos monovarietais, mas é comum a utilização em conjunto com outras castas da região.
Área plantada
A Loureiro está concentrada sobretudo na região dos Vinho Verdes, no norte de Portugal. Fora de Portugal, ela está presente também nas Rias Baixas, especialmente na área de O Rosal. É umas 14 variedades permitidas nesta denominação de origem espanhola, porém com área plantada muito pequena. Vale lembrar que a Alvarinho responde por 96% do total de vinhedos da região.
Em Portugal, conta com cerca de 7.000 hectares de vinhedos, aproximadamente 4% da área total de videiras do país. Aparece como a segunda variedade branca mais plantada a nível nacional, somente atrás da Fernão Pires/Maria Gomes. A título de curiosidade, esta extensão de vinhedos é próxima daquelas plantadas com Baga ou Alicante Bouschet.
Com 6.970 hectares plantados em 2021, ela corresponde a cerca de 28% dos vinhedos do Minho (quase o dobro do Alvarinho nesta região portuguesa. A Loureiro é cultivada em quase toda a região, porém mais bem adaptada às zonas do litoral, não sendo recomendada apenas nas sub-regiões mais interiores como Amarante, Basto e Baião. Outras regiões portuguesas onde ela está presente incluem a Península de Setúbal e na IGP Beiras.
Nomes alternativos
Por conta da restrita área onde é plantada, é uma variedade que recebe uma pequena quantidade de outros nomes, com destaque para Loureira e Loureiro Blanco. Os demais nomes, segundo o catálogo da Universidade da California – Davis, são: Branco Redondo, Branco Redondos, Dorado, Dourada, Dourado, False Pedro, Gallego Dourado, Loeireiro Blanco, Marques, Marquez e Rutherglen Pedro.
Fontes: Foundation Plants Services Grapes, UC Davis; Instituto da Vinha e do Vinho; Wines of Portugal; Vinho Verde; Rias Baixas DO
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