Novo patamar: Brouilly busca aprovação para vinhedos Premier Cru

Seguindo o exemplo do Cru de Beaujolais Fleurie, que em 2023 solicitou a elevação do stauts de sete de seus lieux-dits para Premier Cru, agora é a vez da denominação de origem Brouilly traçar o mesmo caminho. Em uma votação realizada em outubro de 2023, uma assembleia de produtores locais decidiu que apresentará ao INAO, o órgão que regula as denominações de origem francesas, um pedido de reconhecimento como Premier Cru para 16 lieux-dits em janeiro de 2024.

A seleção dos 16, entre os 82 lieux-dits atuais da denominação, ocorreu de forma “muito acadêmica”, segundo explica o presidente da Terre des Brouilly, Emmanuel Jambon. O executivo desta associação, criada em 2017 e que representa cerca de 300 viticultores das denominações Brouilly e Côte de Brouilly, explicou melhor o processo.

“Elaboramos uma tabela de pontos, com classificações em diferentes critérios. Atenção especial para histórico e notoriedade passada, notoriedade atual, área de superfície reivindicada, valor dos vinhos e seu desempenho em degustações às cegas. Para garantir a neutralidade das decisões, os nomes das localidades não foram divulgados durante o processo de pontuação.

Mais de um quarto da área da denominação 

Em conjunto, os 16 lieux-dits cobrem 28% da área total da denominação. “São localidades que já são valorizadas como tal, com vinhos vendidos por uma média de 15% a mais do que o preço médio de Brouilly”, observa Jambon. A expectativa é que esta diferença de preço aumente, para quase o dobro em relação aos vinhos village. Ao mesmo tempo, porém, acredita-se que toda a denominação pode se beneficiar, por conta da seriedade do processo de seleção

Os lieux-dits a serem submetidos à INAO são: Pissevieille, Reverdon, La Terrière, Briante, Combiaty, Saint Pierre, Pierreux, Saburin, Combiliaty, La Chaize, Marquisat, Voujon, Les Maisons Neuves, La Martingale, La Perrière e Garanches.

O Cru de Beaujolais Brouilly

Regras mais estritas

Os potenciais Premier Cru de Brouilly, além da localização privilegiada, terão regras de produção mais rígidas. As especificações propostas prevêem um rendimento máximo de 52 hectolitros por hectare para um Premier Cru, contra os 56 hl/ha atuais. Além disso, o teor alcoólico mínimo passa para 11,5%, em comparação com 10,5%.

O período de maturação mínima dos vinhos passa a ser até o início de junho, em vez de 15 de janeiro. Já o período mínimo de comercialização muda para o início de setembro, ao invés de 1º de fevereiro. Os viticultores também assumem alguns compromissos coletivos para a preservação dos vinhedos.  

Feita a submissão ao INAO da candidatura de Brouilly, a Côte de Brouilly seguirá o mesmo caminho. “Optamos deliberadamente por não apresentar as duas candidaturas em conjunto para as diferenciar, porque muitas pessoas confundem estes dois vinhos”, diz o presidente da Terre des Brouilly.

Fontes: Vitisphere; Mon-Viti

Imagem: UNESCO Global Geopark Beaujolais, CC BY-SA 4.0 https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0, via Wikimedia Commons

Mapa: Beaujolais.com

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