A safra 2022 foi desafiadora na Espanha, por conta da seca e calor intensos. Porém, ao menos em termos relativos, a Rioja, sua região mais tradicional, não teve o que reclamar. Em termos pluviométricos, esta denominação de origem se saiu melhor do que muitas outras regiões, com uma boa quantidade de chuvas em novembro e março, evitando o estresse hídrico das videiras.
Todavia, foi uma safra de temperaturas muito mais altas do que o habitual, sobretudo no verão, resultando na colheita mais precoce da história, com início em 10 de agosto. Estas condições acabaram resultando em uvas com ótimas condições sanitárias, sem qualquer pressão de doenças fúngicas, como míldio e oídio.
A avaliação da safra
Dentro deste contexto, o Conselho Regulador da denominação de origem Rioja conduziu sua avaliação anual dos vinhos da região e os resultados foram satisfatórios. A exemplo de 2020 e 2021, a safra 2022 recebeu avaliação Muy Buena. Este é o segundo melhor nível dentro de uma escala com cinco patamares distintos. Foi a sexta vez que este nível foi alcançado nos últimos dez anos. Em três delas, a classificação foi Buena; e apenas em uma, 2019, a avaliação foi no patamar mais alto (Excelente)
O presidente do Conselho Regulador, Fernando Ezquerro, destacou a qualidade dos vinhos da safra 2022. “Eles evidenciam o grande trabalho realizado pelos viticultores e enólogos desta denominação, que estão comprometidos com a qualidade e auto-exigência, gerando valor e em busca da melhoria contínua, como está implícito no próprio DNA da Rioja”.
O que esperar dos vinhos?
Em 2022, os técnicos do Conselho coletaram pouco mais de 5.100 amostras, que posteriormente passaram em provas por um painel de 120 profissionais. Cada amostra foi degustada por cinco profissionais distintos, garantindo mais de 25.500 avaliações sensoriais. Em relação às características dos vinhos, eles apresentaram teor alcoólico moderado, inferior ao dos últimos anos. Já seu pH e acidez total apresentam-se em valores semelhantes aos habituais nas últimas colheitas, enquanto a cor e a concentração de polifenóis foram mais intensas.
No visual e no olfativo, a avaliação foi muito positiva. Os vinhos tintos destacaram-se pela boa intensidade de cor e uma densidade aromática adequada, destacando a gama de frutas negras, e surpreendendo pelo seu frescor. Na boca, chamou a atenção a elevada carga polifenólica, o que lhes confere um relevante potencial enológico, suportado por taninos finos e intensos. A expectativa, em geral, é que sejam vinhos com bom perfil de envelhecimento.
Em resumo, o Conselho Regulador avaliou os tintos como equilibrados, com bom grau de maturação, ausência de notas verdes e estrutura adequada. São vinhos muito fluidos e agradáveis de beber. Também os brancos e rosés receberam avaliação positiva, com definição aromática correta e frescor surpreendente, o que os torna harmoniosos.
Fontes: Conselho Regulador da Rioja; La Prensa del Rioja
Imagem: Conselho Regulador da Rioja
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