O ano de 2021 tem sido marcado por uma grande incidência de catástrofes ambientais. Seja na forma de secas, queimadas e incêndios (Brasil e Estados Unidos como exemplos), ondas de calor, nevascas, furacões e outros, o mundo tem sido duramente castigado por fenômenos climáticos, impactando todo o meio ambiente.
E este cenário difícil tem reflexos também no mundo do vinho. Se 2020 foi um ano marcado pela queda no comércio e procura por vinho, por conta das limitações impostas pela COVID-19, 2021 mostra uma realidade distinta. O impacto dos fenômenos climáticos extremos irá reduzir a produção de vinhos em diversas áreas importantes, sobretudo no Hemisfério Norte.
Hemisfério Norte impulsiona queda na produção
As primeiras indicações para a produção global de vinho em 2021 indicam um volume em torno de 25 bilhões de litros, uma redução de 4% em relação a 2020. Isso significa que este ano deve ser marcado pela segunda menor safra em dez anos. A França, por exemplo, deve registrar sua pior safra desde 1977, enquanto os vinhedos nas Itália, Espanha e EUA estão com produção abaixo da média.
Por conta das fortes geadas em abril, chuvas torrenciais em julho e queimadas em algumas regiões mais recentemente, a produção francesa deve recuar entre 24 % e 30% frente ao ano passado. Isso fará a França cair para o posto de terceiro maior produtor mundial, abaixo da Itália e Espanha. No caso italiano, a expectativa é que uma quebra de safra entre 5% a 10%, já para a Espanha a estimativa é de recuo de 15%.
Cenário melhor no Hemisfério Sul
No Hemisfério Sul, a safra 2021 já foi colhida. E o cenário é mais animador. Na Argentina, maior produtor ao sul da linha do Equador, a safra foi abaixo da média, mas ainda assim 7% acima da produção do ano passado. Já Chile e Brasil registraram safras recordes em termos de volume, embora inferiores em termos de qualidade a 2020.
Na Austrália, a colheita também foi recorde, no que foi chamada “safra unicórnio”, por conta do forte aumento da produção e excelentes condições para a maturação das uvas. Já a safra da África do Sul aumentou cerca de 10%, recuperando-se dos níveis deprimidos dos últimos anos, que foram decorrentes de fortes secas. A exceção foi a Nova Zelândia, com um declínio significativo, de cerca de 18%, no volume prensado de uvas em relação ao 2020.
Fontes: Global wine production and consumption closest since 2017; Italia seguiría como primer productor mundial en 2021 con entre 44 y 47 Mhles; Wine sector rebounds with ‘unicorn’ vintage in 2021; La vendimia empieza en España con previsión de menor producción pero gran calidad de la uva
Imagem: DaModernDaVinci from Pixabay
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