A ano de 2023 começou e chegou a hora de reabastecer a adega, certamente desfalcada pelas festas de final de ano. Janeiro, geralmente, é uma época repleta de promoções. E muitas lojas e importadoras buscam reduzir os estoques, aproveitando os bolsos reforçados dos consumidores por conta do décimo terceiro e/ou bonificações.
Porém, vale a pena ter calma nesta hora. Felizmente, o mercado brasileiro tem uma enorme oferta de vinhos, tanto importados como nacionais. Isso, todavia, pode tornar a decisão do que comprar mais difícil. Assim, para facilitar as coisas vale a pena seguir algumas dicas, que podem tornar a escolha mais simples e econômica. Existem muitas opções combinando qualidade e preço acessível.
Cheque e prove antes de exagerar na compra
Ao ver uma lista com descontos, muitas vezes aparentemente muito atrativos, o impulso é comprar em quantidade. A ideia é “garantir os vinhos antes que acabem”. Porém, em um mercado como o brasileiro, onde opções não faltam, vale a pena analisar melhor antes de comprar.
A primeira coisa a fazer é checar informações sobre os vinhos oferecidos. Nada que o Google não resolva. Vale a pena analisar como o preço se compara com outras lojas, se estamos falando de um bom produtor, de uma safra de qualidade ou até mesmo coisas até mais básicas. Alguns vinhos importados são elaborados apenas para o mercado brasileiro, o que não é um bom sinal.
Se tiver a oportunidade, compre quantidades pequenas e prove em casa o que for mais interessante. Caso o vinho atenda às expectativas, aí sim vale a pena pensar em compras maiores, realmente com o objetivo de estocar a adega. O risco de o produto acabar existe, mas vale a pena conhecer o vinho melhor antes de comprar em quantidade.
Fuja das regiões mais conhecidas
Não há dúvidas que o preço do vinho está inflacionado atualmente. E isso ocorre, sobretudo, para regiões ou produtores mais famosos. Por exemplo, apesar da qualidade, os vinhos da Borgonha, de forma geral, não trazem uma boa relação custo-benefício no mercado brasileiro. Não há dúvidas de que muitos dos melhores vinhos do mundo vem desta região, mas seus preços já refletem isso.
Por isso, se encontrar vinhos desta região baratos (ainda mais no Brasil, com nossos impostos abusivos), desconfie. Geralmente são vinhos de produtores de pior avaliação (muitas vezes feitos com uvas de terceiros) ou elaborados com uvas de vinhedos de qualidade inferior. E, mesmo assim, ainda são caros. O mesmo ocorre com outras regiões de grande prestígio, como Barolo, Brunello, Champagne ou Bordeaux. Como diz o ditado, “não há almoço grátis” nestas regiões badaladas.
Busque o produtor artesanal
Como qualquer produto, no caso do vinho o modo de elaboração pode fazer toda a diferença. Pense na comparação entre uma comida feita com carinho por um parente ou amigo com aquela que você pode comprar congelada no supermercado. No vinho, não faltam produtores industriais, que muitas vezes elaboram vinhos de baixa qualidade, mas os vendem a preços relativamente elevados, por conta de marketing agressivo.
Portanto, na hora de escolher quais vinhos comprar, olhe com carinho para produtores menores. Não faltam no Brasil importadoras que garimpam produtores que ainda não estão no radar. São muitos vinicultores que concentram mais suas energias em elaborar vinhos com técnicas artesanais, colocando a qualidade acima da quantidade.
Cuidado com os modismos
Outra dica importante: evite cair nos modismos. O mundo do vinho é cíclico e a preferência do mercado muda constantemente ao longo do tempo. Quem não se lembra do Beaujolais Nouveau? Dos vinhos extremamente frutados, extraídos e com excesso de madeira? Ou mesmo dos vinhos alemães de garrafa azul?
Uma coisa é certa: o que “está na moda” tende a custar mais caro. Portanto, nada de seguir as “modinhas” do momento. Vinho é como camiseta branca, não importa o que a moda dite, os de qualidade sempre terão espaço. Atualmente, uma das modas é a dos vinhos naturais ou mesmo “naturebas”, como alguns gostam de chamá-los. E “em nome da moda” há muito vinho ruim sendo oferecido a preços abusivos. Saiba diferenciar o que é de qualidade (sim, estudos mostram que vinhos com menor intervenção são mais bem avaliados que os demais) do que é marketing.
Olho nos vinhos nacionais
Para um país com impostos de importação abusivos como o Brasil, vale sempre olhar com carinho para produtores nacionais. Existem muitas opções de vinhos nacionais a custo-benefício interessante. O segredo é selecionar produtores sérios e com compromisso com a qualidade. Vale a pena garimpar.
Porém, também aqui as dicas anteriores são fundamentais. As “modinhas” também chegaram ao vinho nacional, o que acaba distorcendo a relação custo-benefício. Um exemplo são os chamados vinhos de dupla poda, produzidos nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. É um movimento inovador, mas ainda engatinhando em termos de qualidade. Na imensa maioria deles, infelizmente, a relação custo-benefício é muito ruim. É fácil encontrar vinhos, tanto brasileiros como importados, que valem muito mais a pena.
Imagem: Gerd Altmann via Pixabay
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