Criada em 1971 por Giovanni Neri, quatro anos depois da aprovação da denominação de origem Brunello di Montalcino, a Casanova di Neri ao longo dos anos se estabeleceu como um dos principais produtores da região. Elabora diversos vinhos (inclusive rosés e um Supertoscano), mas foi com seus Brunellos que ganhou sua reputação. E um vinho que vale a pena conhecer mais de perto é o Tenuta Nuova.
Este monovarietal de Sangiovese é elaborado, como o nome indica, de parcelas que não eram cultivadas anteriormente com a principal uva da Toscana. Após colheita manual, as uvas são 100% desengaçadas e fermentadas com leveduras indígenas em tanques de inox. Nas últimas safras, o vinho passou entre 30 e 36 meses em botti de carvalho. Safras mais recentes estão disponíveis no Brasil, importadas pela Clarets, a preços entre R$ 1.000 e R$ 1.100 a garrafa. Abaixo minhas impressões sobre uma pequena vertical com cinco safras.
Brunello di Montalcino Tenuta Nuova 1998, 14%
A safra de 1998 foi muito boa e este vinho evidenciou o poder de evolução dos Tenuta Nuova. Um vinho sedoso e envolvente, com coloração granada média e olfativo marcado por notas balsâmicas, mentolado e chocolate amargo, com fruta mais discreta. Na boca, um Brunello clássico, com bela acidez, taninos finos e corpo médio. Profundo e longo, já no seu pico de evolução.
Brunello di Montalcino Tenuta Nuova 2004, 14,5%
Com uma personalidade bastante diferente do 1998, este vinho se mostrou muito mais fresco e cheio de vivacidade (parecia muito mais jovem e deve ter uma longa estrada à frente). A safra 2004, excelente, encontrou aqui uma ótima expressão. Coloração granada média com leve turbidez e nariz intenso e complexo, com aromas de frutas vermelhas maduras, poeira, alcaçuz e chá preto. No palato, mostrou alta acidez e nota sanguínea, com taninos granulosos e corpo médio. Combinou potência, equilíbrio e frescor, foi meu WOTN.
Brunello di Montalcino Tenuta Nuova 2005, 14,5%
Menos encorpado e profundo que o 2004, um vinho mais vertical e de maior tensão. Coloração granada de concentração média a alta, com olfativo intenso, mostrando notas de fruta vermelha madura, grafite, leve couro e alcaçuz. Na boca, trouxe acidez alta, taninos bem marcantes e corpo médio, um vinho mais “frio” e austero, mas delicioso e bem equilibrado.
Brunello di Montalcino Tenuta Nuova 2011, 14,8%
Me pareceu o vinho mais simples desta vertical, de coloração rubi com evolução e concentração média a baixa. Nariz mais fechado, com frutas vermelhas e ervas verdes, com alta acidez, taninos mais rústicos e corpo médio. Menos profundidade e amplitude que os anteriores, mas ainda assim um vinho bem agradável.
Brunello di Montalcino Tenuta Nuova 2016, 14,5%
Um Sangiovese de imenso potencial e muita qualidade, mas ainda longe de seu ponto ideal de consumo. Coloração rubi bem brilhante e concentração média, com aromas de frutas vermelhas bem puras, grafite, madeira e nota verde, lembrando engaço. Mostrou alta acidez, taninos intensos e corpo médio, um vinho com frescor e elegância, mas com ótima estrutura e textura. Ainda muito jovem, adoraria ter umas três garrafas dele na adega para medir sua evolução ao longo dos próximos 15 anos.
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