O vinho orgânico veio para ficar. Se algum tempo atrás alguns consumidores e mesmo críticos de vinhos torciam o nariz para esta tendência, hoje em dia isso mudou. Não há como negar que o futuro será mais verde no que diz respeito à forma de agricultura adotada nos vinhedos.
A conversão de vinhedos para a agricultura orgânica segue crescendo de forma acelerada ao redor do mundo, em especial na Europa. Mesmo em regiões onde as condições climáticas favorecem o desenvolvimento de doenças fúngicas, mais e mais produtores seguem por este caminho. Um exemplo é a Borgonha, que se rendeu a um uso mais sustentável da terra, em um movimento que inclui desde seus jovens produtores a nomes com séculos de tradição.
Quem são os maiores produtores?
Uma das grandes dificuldades atualmente é mensurar o avanço da viticultura orgânica ao redor do mundo. Enquanto alguns países revelam estatísticas atualizadas, outros ainda têm muito a aprender em termos de transparência de dados. Apesar destes obstáculos, a publicação alemã Meininger´s, usando dados da francesa Agence Bio e da consultoria britânica ISWR, preparou um resumo destes dados, considerando os vinhedos certificados orgânicos em 2019.
Em termos absolutos, os maiores produtores de vinho também se destacam quando se fala de vinhos orgânicos certificados. Na época com cerca de 18,3% da produção mundial de vinhos e liderando o ranking em 2019, a Itália respondeu por 16,2% dos vinhos orgânicos. A mesma tendência foi vista na França (16,2% dos vinhos totais, 14,9% dos orgânicos) e Espanha (12,9% em ambos os casos).
Mesmo fora da Europa, também o quarto maior produtor mundial, os Estados Unidos, mostrou avanços importantes, evidenciando que o movimento orgânico ganha força também fora da Europa. Com cerca de 9,3% da produção mundial, foi responsável por 7,2% dos vinhos orgânicos produzidos no mundo.
Já em termos relativos, os grandes destaques foram os países produtores do centro-norte da Europa. Responsável por cerca de 1% da produção mundial de vinhos, a Áustria mostrou sua força em termos de vinhos de certificação orgânica, com uma parcela de 13,5%. Também a Alemanha se destacou, produzindo 10,6% do vinho orgânico do mundo, acima de sua participação de 3,4% na produção total.
E os maiores consumidores?
O centro-norte da Europa domina estas estatísticas, coroando a Alemanha como maior consumidora mundial de vinhos orgânicos, com uma parcela de quase 24%. A título de comparação, no mesmo ano a Alemanha foi o quarto maior consumidor mundial de vinhos, com uma participação de 8,3%. Ainda na Europa, destaque também para França, Reino Unido, Suécia e Áustria.
Já fora da Europa, o consumo de vinhos orgânicos é significativo também nos Estados Unidos, por conta do tamanho de seu mercado consumidor. Vale lembrar que os norte-americanos são os maiores consumidores de vinho do mundo, mas caem para quarto lugar quando são apenas considerados os vinhos de certificação orgânica. Por outro lado, o Japão fechou 2019 como sexto maior consumidor mundial de vinhos orgânicos, muito acima da 15ª colocação que ocupava quando o consumo total era levado em conta.
Fontes: Global Organic Wine Market (2020-2024); Meininger’s; Agence Bio
Imagem: Free license Pixabay
Diagramas: Meininger’s
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