Alsácia responde ao aquecimento global: quais são as novas uvas propostas para seus vinhos?

Os temores de que o aquecimento global traga mudanças substanciais em importantes áreas produtoras de vinho seguem no topo da pauta de muitas denominações de origem na Europa. Mais do que discutir seus efeitos, há quem já esteja agindo para obter soluções para minimizar seu impacto sobre vinhedos e vinhos. E uma das soluções propostas é a alteração no “mix” de uvas historicamente usadas.

Regiões como Champagne e Bordeaux já aprovaram o uso experimental de variedades distintas das tradicionalmente utilizadas. E esta tendência começa a ser adotada também por outras denominações de origem. A última a anunciar testes com outras variedades foi a Alsácia, em uma iniciativa liderada pela Association des Viticulteurs d’Alsace.

Dezesseis variedade em teste

Levando em conta fatores como resistência às doenças, tempo de maturação, facilidade de cultivo e perfil de acidez, uma comissão de produtores alsacianos propôs testes com 16 variedades novas. São seis uvas tintas, quatro delas muito conhecidas por quem está acostumado a beber vinhos europeus: Nebbiolo, Nero d’Avola, Syrah e Malbec. Além disso, foram selecionadas as híbridas Sirano e Colliris.

As 10 variedades brancas se concentram principalmente em híbridas, ou PIWI, como são mais conhecidas atualmente. São elas Floréal, Johanniter, Opalor, Selenor, Souvignier Gris e Voltis. Completam a lista as tradicionais Petit Manseng, Chenin Blanc e Vermentino, além da Petit Courbu, atualmente popular no sudoeste da França.

Maior resistência a doenças fúngicas

Embora a Alsácia fique entre as regiões mais secas da França, o que favorece a agricultura orgânica (por conta da menor incidência de doenças fúngicas), o aquecimento global coloca este equilíbrio em risco. Há temores de maior incidência de míldio e oídio, daí a presença destacada de variedades híbridas, que possuem proteção contra estas enfermidades.

A iniciativa aguarda autorização por parte do Institut National de l’Origine et de la Qualité (INAO), que é o órgão que regula as denominações de origem francesas. As expectativas, porém, são otimistas, dado o histórico de decisões recentes do INAO, que valoriza iniciativas por parte de denominações de origem buscando maior sustentabilidade em seus vinhedos.

Fonte: Vitisphere

Imagem: Yvonne via Pixabay

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