Apreciar uma boa garrafa de Champagne é um grande prazer. Embora muita gente ainda acredite que este maravilhoso espumante produzido na região de Champagne, na França (que é o único que pode ser assim chamado) sirva apenas para eventos, o seu consumo é muito mais amplo, sendo prazeroso em diversas situações.
Em alguns países, como aqueles da Escandinávia, por exemplo, é comum que um café da manhã especial seja acompanhado por uma bela taça de Champagne. Ele harmoniza muito bem com peixes marinados e outras iguarias consumidas nesta refeição em países como Suécia, Noruega ou Dinamarca. Aperitivo, happy hour, almoço, jantar? Opções não faltam. Mas independente da situação, é sempre bom saber algumas regrinhas para abrir e servir Champagne.
Temperatura
A temperatura ideal para servir Champagne é entre 8ºC e 9ºC para os vinhos mais jovens e talvez algo em torno de um ou dois graus a mais para seleções especiais ou vinhos já com alguma evolução e aromas mais complexos. Abaixo de cinco a seis graus o líquido fica muito frio, o que torna seus aromas mais difíceis de detectar. Já acima de 10°C, os Champagnes podem parecem “mais pesados” e menos frescos, uma característica fundamental desta bebida.
E como chegar nesta temperatura? Dois métodos são os mais recomendados. A primeira opção é colocar a garrafa em um balde com muito gelo e um pouco de água por cerca de 30 a 35 minutos, tempo suficiente para que atinja a temperatura desejada. Uma segunda opção é deixar a garrafa deitada na parte inferior da geladeira (que costuma ser menos fria que a parte de cima) por cerca de quatro horas.
Dica: em nenhuma circunstância esfriar uma garrafa de Champanhe no congelador ou freezer, pois temperaturas próximas de zero podem comprometer o equilíbrio e o frescor. Também não sirva em taças geladas, pois parte do perlage (as bolhinhas) irá se perder.
Abrindo a garrafa
Não são incomuns os incidentes, muitos hilários e alguns até perigosos, envolvendo a abertura de uma garrafa de Champagne. Se você não quiser correr riscos, algumas dicas simples. Em primeiro lugar, segure a garrafa em um ângulo de 45º, voltada para uma direção segura. Este ângulo evita que a pressão vá diretamente para a região da rolha, o que ocorreria se você abrisse a garrafa a 90º.
A seguir, retire a cápsula com uma das mãos, lembrando que a outra está sendo usada para segurar a garrafa, que pode ser com a ajuda de um lenço ou guardanapo de pano, no ângulo correto. O próximo passo é remover o muselet, que é a pequena gaiola de arame que envolve a rolha.
A seguir vem a parte da rolha. De forma alguma agite a garrafa (aliás, isso vale para todo o processo, a não ser que você esteja no pódio da Fórmula 1). Procure manter sempre ao menos o polegar por cima da rolha, para evitar que ela escape sem controle. Segure a garrafa de forma firme pela base, certificando-se de que ainda está a 45°. Comece a girar cuidadosamente a base, não a rolha, até que esteja a meio caminho (sempre lembrando do dedo segurando a rolha). Mova suavemente a rolha, se precisar de uma ajudinha.
À medida que a rolha começa a se soltar, você começará a sentir pressão (vinda de dentro da garrafa) sobre a rolha. Não deixe que ela saia de uma vez só, continue aplicando pressão e aliviando suavemente. O Champanhe deve dar uma espécie de suspiro, aquele barulho que remete à efervescência, à medida que a rolha se solta. E quando se soltar, um estampido bem leve, nada que remeta a fogos de artifício.
Servindo
Procure trazer o lenço ou guardanapo de pano para perto do bocal da garrafa antes de servir. Além do charme, evita que o líquido se perca e derrame quando você servir. Para servir, depois que a rolha saiu gentilmente, mantenha a mão na garrafa, porém coloque seu dedão por baixo, na parte côncava embaixo dela.
Pegue uma taça a 45º com a outra mão e sirva nesta posição, deixando que o líquido escorra na parte interna da taça, de forma sutil. Se você não fizer isso, é possível que o gás ocupe uma parte significativa da taça e você tenha que servir novamente. Caso isso ocorra, espere o gás baixar e sirva da forma correta desta vez.
Nunca preencha uma taça de Champanhe até o topo. Isso evita que os aromas fujam da taça, o correto é servir até o ponto mais largo da taça. Isso, geralmente, é cerca de meio caminho e dá ao vinho espaço suficiente para respirar. Obviamente, isso não funciona para aquelas taças tradicionalmente usadas no passado (as tais Maria Antonieta), de forma que as taças chamadas flute ou aquelas tradicionalmente usadas para vinhos btrancos sejam as mais recomendadas.
Imagem: Jean-Marie Lecomte – Collection CIVC
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