Em linha com o que aconteceu do lado da produção, o consumo de vinhos registrou uma queda de 1% em 2022, para 232 milhões de hectolitros, de acordo com números preliminares divulgados pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). Este dado apenas confirma a tendência negativa que segue desde 2008, com uma baixa acumulada no consumo de cerca de 9 milhões de hectolitros, ou quase 4%.
Os dados, porém, mostraram também que os padrões de consumo variaram de forma significativa entre diversas regiões. Os Estados Unidos, que seguiram como o maior consumidor mundial, registraram um aumento de 2,8% em 2022 frente ao ano anterior. Ao atingir 34 milhões de hectolitros, praticamente retornou aos patamares registrados antes da pandemia de COVID-19. Também a França, segundo maior consumidor, registrou ganhos (+1,5% para 25,3 mhl).
Maioria em queda
Porém, os dois principais mercados mundiais remaram contra a maré em 2022. Dentre os dez maiores consumidores de vinho, além de Estados Unidos e França, somente a Rússia registrou aumento de consumo no ano passado. Com isso, passou da oitava para sexta posição. Os demais registaram queda, com destaque para os três países que completam o top five: Itália (-5%), Alemanha (-2,5%) e Reino Unido (-2,2%).
A maior contração no consumo de vinho, porém, ficou longe da Europa. Foi na China que a redução de consumo foi mais significativa em 2022, com uma queda de 16%, para 8,8 milhões de hectolitros. No acumulado desde 2018, a queda no mercado chinês já acumula incríveis 50%, com uma redução equivalente a 9,1 milhões de hectolitros. Ou seja, se o consumo da China fosse excluído das estatísticas, o consumo global de vinho em 2022 teria fechado a níveis muito próximos daquele de 2018.
Brasil entre os destaques negativos
Além da China, somente dois outros entre os vinte principais mercados consumidores de vinho do mundo mostraram quedas de dois dígitos: Brasil e Bélgica. No caso brasileiro, o consumo fechou em torno de 3,6 milhões de hectolitros, uma redução de 12,9% frente a 2021. No entanto, por conta do forte crescimento em 2020 e relativa estabilidade em 2021, o consumo brasileiro é ainda superior aos níveis pré-pandemia.
Com raras exceções, os dados de 2022 parecem confirmar uma tendência de médio prazo vista nas últimas décadas: menor consumo na Europa e aumento no resto do mundo. No ano passado, o consumo na União Europeia atingiu 111 milhões de hectolitros, o equivalente a 48% do consumo mundial. Em 2000, com cerca de 130 milhões de hectolitros, o bloco econômico europeu respondia por 59% do consumo mundial.
Dados para os 20 maiores consumidores
Confira na ilustração abaixo os vinte maiores consumidores de vinho em 2022. Se você está usando seu celular ou tablet e quiser ampliar a visualização, toque e solte rapidamente cada um dos círculos. Caso queira ver os dados completos de cada país, basta tocar no círculo correspondente e manter até que o pop-up com dados apareça. Se estiver usando PC, basta passar o cursor do mouse.
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