Criada em 1980, a COS nunca parou de evoluir. Foi a pioneira na elaboração de vinhos de baixa intervenção na região de Vittoria, no sudeste da Sicília e até hoje elaboram alguns dos vinhos mais interessantes da região. Com uma linha ampla de vinhos (são cerca de uma dúzia de cuvées diferentes), trabalham com variedades locais ou com grande presença na Sicília, como Frappato, Nero d’Avola, Zibbibo, Grillo e Grecanico.
Atualmente a vinícola produz vinhos mais leves e elegantes do que no passado, mostrando que souberam se adaptar aos novos padrões de consumo, respeitando o seu terroir. A região de Vittoria sempre se destacou por vinhos mais finos e elegantes e a COS, com parcelas em alguns dos mais interessantes vinhedos da região, encontrou um excelente ponto de equilíbrio. Foi um prazer provar alguns de seus vinhos em visita recente.
Os brancos macerados
Dos três vinhos brancos elaborados pela COS, dois foram degustados: o Ramí 2022 e o Pithos Bianco 2021. O primeiro é um corte de 50% Grillo e 50% Inzolia, com fermentação em concreto e uma semana de maceração com suas cascas. É um vinho que mostra bem as mudanças na COS nos últimos anos, com maceração mais curta e mudança no corte (anteriormente a parceira da Inzolia era a Carricante). Mostrou um olfativo marcado por aromas florais e de frutas amarelas, com toque de maresia. No palato, um vinho muito agradável e seco, com alta acidez, corpo médio e notas salinas e minerais.
Já o Pithos é um monovarietal de Grecanico, fermentado com suas cascas e mantido em ânforas, que a partir de 2018 não são mais enterradas. O objetivo é garantir maior precisão e presença menos intensa de notas terrosas. Um vinho que trouxe um olfativo intenso, com aromas de frutas mais maduras e leve terroso, com notas de hortelã e casca de laranja. Na boca, se mostrou bem vertical para um vinho laranja de ânfora, com boa textura, corpo e acidez médios, além de discreto amargor.
Os tintos
O primeiro tinto foi o Frappato 2022, elaborado a partir de uvas certificadas orgânicas (assim como todos os demais vinhos) da variedade de mesmo nome. A vinificação foi em tanques de concreto, onde o vinho ficou por seis meses. Um Frappato leve, fresco e elegante, com aromas de frutas vermelhas (framboesas), especiarias e notas florais. Mostrou alta acidez e taninos picantes, delicioso.
Já o Nero di Lupo 2022 refletiu mais esta safra difícil, que incluiu problemas com uma enfermidade nos vinhedos. Causada por um gafanhoto originário do norte da África, esta praga reduz a intensidade da seiva das videiras e afeta também as uvas. Um Nero d’Avola mais ácido, com menos fruta e taninos mais verdes, porém mantendo o frescor.
Por fim, o Vittoria Rosso delle Fontane 2018, com uma produção de apenas 4.000 garrafas ao ano e que pode ser considerado um dos grandes vinhos elaborados pela COS. É um corte de 40% Frappato e 60% Nero d’Avola, com dois anos de estágio em botti de carvalho. Com alta acidez, fruta e taninos mais presentes, se mostrou um vinho mais profundo, com elegância e longa persistência. Detalhe para o teor alcóolico: apenas 12,5%.
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