Quais são as marcas de vinhos mais disputadas e icônicas do mundo? Esta é uma pergunta difícil de responder, pois vários critérios (inclusive alguns subjetivos) são usados. Porém, se somente o preço servir de referência, a resposta é simples. Dados divulgados pela Lix-ex, referentes a 2022, mostram quais são as vinícolas produtoras dos mais vinhos mais caros do ano passado.
A britânica Liv-ex é um dos maiores marketplaces de vinhos finos do mundo e coleta os preços de todos os vinhos negociados em sua plataforma, disponibilizando uma ampla série de estatísticas. Considerando somente os vinhos que ultrapassam um certo volume de negociação no mercado secundário (para evitar que negociações pontuais distorçam os dados), foi capaz de produzir uma lista de produtores estelares.
Borgonha na liderança
Considerando as 10 vinícolas com vinhos mais caros em 2022, o domínio do vinho francês, especialmente da Borgonha, é claro. São oito produtores, quatro dos quais sediados na Borgonha. E não é apenas uma questão de quantidade: os dois produtores mais valorizados do mundo são desta região francesa, algo que não chega a causar surpresa.
A liderança ficou com a Domaine de la Romanée-Conti, com uma caixa de 12 vinhos negociando em média a £ 77.687. Isso equivale a cerca de R$ 41.300 por garrafa, considerando a taxa de câmbio do final do ano passado. Vale lembrar que este valor não se refere somente a seu vinho mais, caro, que leva o nome da vinícola. Também estão incluídas nesta estatística cuvées menos exclusivas, como La Tache, Grands Echézeaux, Richebourg ou Romanée Saint-Vivant.
A segunda posição ficou com os vinhos da Domaine d’Auvernay, um dos três braços da família Leroy. Curiosamente, os Leroy são também um dos acionistas controladores da Domaine de la Romanée-Conti. Seus vinhos negociaram, em média, a R$ 40.190 por garrafa. Neste caso, além da qualidade, conta também a escassez. São apenas 3,5 hectares de vinhedos, com produção minúscula, na casa de centenas de garrafas por cuvée. Somente a título de comparação, a Domaine de la Romanée Conti controla cerca de 31,5 hectares. Dois outros produtores da Borgonha também fazem parte desta lista seletiva, a Domaine Georges Roumier (quinto lugar) e Armand Rousseau (sexto).
Bordeaux, Rhône e Champagne
A tradicional região de Bordeaux também está representada, com dois produtores. Aparecendo na terceira posição, destaque para o Château Petrus, com seus vinhos negociando a R$ 19.500 por garrafa. Também baseada no Pomerol, a Le Pin aparece em oitavo lugar. Curiosamente, nenhum vinho da margem esquerda de Bordeaux aparece na lista, novamente evidenciando que escassez tem um peso importante na determinação do preço dos vinhos.
O único representante do Rhône é o Château Rayas, que certamente produz os monovarietais de Grenache mais caros do mundo. Na média, seus vinhos ficaram na sétima posição, com preço médio de R$ 9.500 por garrafa. Por fim, a Salon fechou a lista de vinhos franceses na décima posição, representando a região de Champagne.
E quem seriam os intrusos?
As duas marcas não francesas desta lista não são europeias. Os Estados Unidos, também contando com o fator escassez, fechou a lista das 10 marcas mais caras do vinho. No quarto lugar, ficou o icônico Screaming Eagle, com uma produção anual que raramente supera 7.000 garrafas, vendidas no mercado secundário a uma média de R$ 13 mil.
Por fim, a nona posição no ranking foi ocupado pela também californiana Harlan Estate, com vinhos comercializados na faixa de R$ 5.800 por garrafa. Vale a pena destacar que estes valores em reais correspondem aos preços de negociação nos mercados europeus e norte-americano. No Brasil, por conta da alta tributação, margens e custos, os preços possivelmente seriam duas e meia a três vez mais altos.
As marcas de vinho mais caras do mundo
Fonte e tabela: Liv-ex
Imagem: Gerd Altmann via Pixabay
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