Itália e seus vinhos: uma fotografia da produção, exportação e consumo em 2021

É praticamente impossível pensar em vinho e ignorar a Itália. O Belpaese, apesar de uma queda de 4% em relação à safra 2020, fechou o ano passado como o maior produtor mundial de vinho, superando os rivais Espanha e França. Foi também segundo maior exportador por volume (atrás da Espanha) e por valor (somente superado pela França).

E seu consumo é também digno de nota. A Itália fechou 2021 como o terceiro maior mercado consumidor de vinhos do mundo (somente atrás de Estados Unidos e França), com um consumo per capita na faixa de 40,5 litros por ano, somente atrás de Portugal. Com tantos números de destaque, vale a pena conhecer melhor os números do vinho italiano.

Faturamento e produção pulverizados

O faturamento total do vinho italiano atingiu € 13 bilhões em 2021, divididos entre as 310.000 produtores. Destes, 46.000 eram vinícolas independentes e 518 correspondiam a grandes cooperativas, que responderam por 55% da produção. Já a produção atingiu 50 milhões de hectolitros, 55% dos quais de vinhos com algum tipo de indicação de origem.

No total, na Itália existem 526 indicações geográficas diferentes. São 74 DOCG (Denominazione di Origine Controlatta e Garantida – o topo da pirâmide classificação), 334 DOC (Denominazione di Origine Controlatta) e 118 IGT (Indicazione Geografica Tipica). Apesar de responder por uma das maiores áreas de vinhedos do mundo (são 674.000 hectares), ainda é um país dominado por pequenos agricultores. A área média em 2021 era de apenas 2,17 hectares por viticultor.

Mercado interno e exportações

Considerando o período entre 2018 e 2021, a produção nacional respondeu por 96% do consumo de vinhos na Itália. Ao mesmo tempo, as importações corresponderam a 3% e mudanças nos estoques ao 1% restante. Mas o mercado externo também tem um peso importante. De todo o vinho produzido na Itália, 45% foram destinados ao consumo interno (dos quais 25% como vinho a granel e 75% como vinho engarrafado). Uma parcela de 43% foi exportada e outra de 12% usada para fins industriais (4% para vinagres, 8% para outros usos).

As exportações italianas de vinho chegaram a € 7,11 bilhões em 2021, crescimento de 12,4% em relação ao ano anterior. Isso correspondeu a uma participação de 14% nas exportações italianas de agroalimentícios. O principal mercado, com € 2,75 bilhões de vinhos exportados, foi os Estados Unidos, seguidos por Alemanha (€ 1,13 bilhão), Reino Unido (€ 742 milhões), Suíça (€ 415 milhões) e Canadá (€ 384 milhões).

Fotografia regional

Muito como resultado internacional do Prosecco, a região italiana com maior produção de vinho em 2021 foi o Vêneto, com 11,75 milhões de hectolitros. Isso correpondeu a impressionantes 23% do vinho produzido na Itália, colocando outras regiões tradicionais para trás. A seguir vieram Puglia (10,37 milhões), Emilia Romagna (7,1 milhões), Sicília (4,5 milhões), Piemonte (2,7 milhões), Abruzzo (3,3 milhões) e Toscana (2 milhões).

Em termos de área plantada, o Vêneto repetiu a liderança, com quase 100.000 hectares de vinhedos, seguido de perto pela Sicília (99.000 hectares) e Puglia (90.000). Destaque também para Toscana (60.000), Emilia-Romagna (52.000) e Piemonte (47.000).  Já quando o número de produtores é o critério, o ranking muda completamente. A região com mais viticultores foi a Puglia, com 37.498, seguida pela Sicília (36.355), Campânia (36.262), Vêneto (30.636) e Toscana (21.708). 

Qualidade e preço

Mas tamanho não é documento. Se algumas regiões se destacam por altos volumes e áreas plantadas, outras mostram maior faturamento por hectare. Considerando os dados entre 2017 e 2021, os destaques ficaram com as províncias do Alto Ádige (€ 21.463 por hectare) e Trento (€ 17.402 por hectare). As duas líderes foram seguidas por Friuli Venezia Giulia (€ 11.807), Valle d’Aosta (€ 11.488), Piemonte (€ 11.019), Vêneto (€ 9.949) e Ligúria (€ 8.644 euros).

Considerando as principais denominações de origem italianas, alguns nomes conhecidos despontam quando o assunto é preço dos vinhos. Dentre todas as DOCG e DOC italianas, o preço mais alto ficou com Brunello di Montalcino (€ 988,85 por hectolitro), seguido por Amarone della Valpolicella (€ 937,5) e Barolo (€ 800). Destaque também para Barbaresco (€ 580), Conegliano Valdobbiadene Prosecco Superiore (€ 301,92), Chianti Classico e Nobile di Montepulciano (ambos a € 288,46), Alto Adige Pinot Grigio (€ 260) e Prosecco (€ 247,88).

Fonte: WineNews

Imagem: Julius Silver via Pixabay

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