Maior concentração e contrastes regionais: saiba como a viticultura italiana mudou em dez anos

Maior concentração é o nome do jogo em muitos setores e, quando falamos do mundo do vinho, não poderia ser diferente. O número de transações envolvendo aquisições ou fusões de vinícolas e/ou vendas de vinhedos vêm aumentando nos últimos anos. O resultado foi uma redução do número de viticultores e produtores, sem que o volume total de produção seja necessariamente afetado.

E os números da Itália, coletados pelo órgão estatístico Istat, confirmam esta tendência no Belpaese. Entre 2010 e 2020, o número de vinícolas italianas caiu um terço, para 255.520. Em paralelo, a área plantada mostrou pequeno aumento (1%, para 636 mil hectares). O resultado? A área média de vinhedos por produtor aumentou 51%, porém, ainda para modestos 2,5 hectares.

Diferenças regionais

Apesar da forte queda no número de produtores, a viticultura italiana ainda se mostra bastante pulverizada. Mas as diferenças regionais são significativas. No Friuli, os viticultores têm uma média de 5,5 hectares de vinhedos, seguido pela Lombardia, com 4 hectares. Também acima da média estão Vêneto (3,8 ha), Toscana (3,6 ha), Piemonte (3,4 ha), Emília-Romanha (3,3 ha), Sicília (2,9 ha) e Puglia (2,7 ha).

Nas demais regiões italianas, a área média por produtor está abaixo da média de 2,5 hectares, indicando uma menor concentração. A pulverização dos vinhedos é particularmente elevada nas regiões da Ligúria e do Valle d’Aosta, bem como na Basilicata e na Calábria. Nestas regiões, cada produtor possui, em média, menos de um hectare de área plantada.

Mudança nas áreas plantadas

Se o número de produtores segue em queda, a área plantada ficou relativamente estável a nível nacional. No entanto, na comparação regional, houve alterações significativas. Por conta da enorme demanda, sobretudo nos mercados internacionais, por Prosecco e Pinot Grigio, duas regiões mostraram significativa expansão da área plantada.

Entre 2010 e 2020 a área de vinhedos no Vêneto cresceu de 73,709 hectares para 101,432 ha, uma expansão de 38%. Isso confirmou a posição desta região como aquela com maior área de vinhedos na Itália. No Friuli, as mesmas causas levaram a um crescimento de 34% na área plantada. Outro vinho branco, Lugana, foi o motor por trás do crescimento de 11% dos vinhedos da Lombardia. Ganhos mais modestos ocorreram na Toscana (+4%, para 58.842 hectares).

Por outro lado, as perdas mais significativas foram registradas na Sicília, que viu sua área de vinhedos cair 19% em dez anos, passando de 110.699 ha para 89.625 ha. Esta nova perda levou a redução acumulada dos vinhedos sicilianos a 27% entre 2000 e 2020. Com isso, esta região perdeu o posto de segunda maior área de vinhedos, agora nas mãos da Puglia. Outras áreas com queda significativa nos dez anos até 2020 foram Umbria (-23%, 9,237 ha), Piemonte (-7%, 43,282 ha) e Emilia-Romanha (-2%, 54,842 ha).

Parcela da viticultura

Os dados divulgados mostraram também quais regiões italianas dedicam maior proporção de sua área agrícola à viticultura. Neste quesito, o destaque ficou com o Trentino, com 43%, seguido pelo Vêneto, com 32%. Por outro lado, o peso da viticultura é menor na Calábria (10%) e Lombardia (13%).

Fontes: Unione Italiana Vini (UIV); Meininger´s

Imagem: Jörg Peter via Pixabay

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