Notícia choca a vitivinicultura brasileira

Uma notícia chocou a vitivinicultura brasileira e quem está inserido neste universo desta bebida dos deuses, o vinho. Não só quem desta indústria vitivinícola depende, trabalha, mas quem consome os vinhos brasileiros, como eu, se vê estarrecido com a descoberta de trabalho em condições análogas à escravidão nesta safra 2023.

Analiso os fatos em duas etapas:

1 – Punição

Punam-se os culpados por esta barbárie em pleno século XXI, após diligentes e competentes esclarecimentos dos fatos relativos à empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde LTDA, contratada para fornecer mão de obra para vinícolas locais.

As empresas envolvidas, até o momento declaradas como contratantes da Fênix, a Salton, a Aurora e a Garibaldi, queiram ou não, sabendo ou não, tornaram-se solidárias com os fatos. A meu ver, mais empresas devem ter contratado os serviços, mas até o momento não foram citadas.

2 – Cuidado com as generalizações

Há de se tomar muito cuidado com as generalizações que vi espocarem nas mídias, contra uma indústria, ainda em desenvolvimento e crescimento, como a nossa vitivinicultura. Não se trata de “colocar panos quentes”, mas sim de cuidadosamente separar o “joio do trigo”.

Soube de uma reunião importante entre as entidades envolvidas nesta indústria para definir, preparar, regulamentar medidas em defesa de trabalho digno no segmento. Envolvidas, além da Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves: Consevitis; Uvibra; Fecovinho; Agavi; Sindivinhos; Asbrasuco; Comissão Interestadual da Uva; Comtur; Bento Convention & Visitors Bureau; Centro Indústria Comercia e Serviços de Bento Gonçalves, Aprovale e segmentos ligados ao turismo.

Lá se definiu o repúdio ao ocorrido e punição aos culpados. Mas ressalta que a prática criminosa não é a praxe da imensa maioria de um setor que envolve mais de 20 mil famílias. Nesta questão estou pessoalmente em total acordo.

Aprimorar controles

O segmento tem o dever e a necessidade ora revelados, de aprimorar seus meios de controle sobre a cadeia produtiva sob seu comando. Não importa ser direta ou indireta a contratação.

Escrevo sobre os vinhos em geral, e sobre os vinhos brasileiros em particular há mais de 25 anos. Vi a transformação e o progresso do setor. Acompanhei com satisfação também o aprimoramento e a excelência tanto do manejo no campo, quanto a elaboração dos vinhos e sucos.

Por isto, e por saber que a grande maioria trabalha com respeito e respeita quem trabalha, que peço especial atenção para a indesejada generalização quanto ao ocorrido.

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão, conhecido como O Engenheiro Que Virou Vinho, me dedico a comentar, escrever, divulgar, dar palestras e ministrar cursos de vinhos, bebidas destiladas e a harmonização com a gastronomia. Assino, dentre outras mídias, o site Divino Guia www.divinoguia.com.br

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Fotos: Álvaro Cézar Galvão, arquivo pessoal

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