Criada em 2005, a Pietradolce conquistou seu espaço entre os melhores produtores do Etna. E isso não ocorreu somente por conta de sua impressionante vinícola, que une bom gosto, sofisticação e sustentabilidade. Seu foco em vinhos precisos, sobretudo aqueles elaborados a partir de vinhas velhas (muitas delas centenárias) é seu grande diferencial.
Atualmente são elaboradas dez cuvées distintas, com produção total na faixa de 100 mil garrafas ao ano. Em termos de volume, seus três vinhos básicos (Pietradolce Bianco, Rosso e Rosato) dominam, com cerca de 75% da produção. Porém, os destaques da Pietradolce ficam com seus vinhos de Contrada, provados recentemente em visita à vinícola.
Vinificação
De forma geral, os processos de vinificação são muito próximos, quando se divide a produção entre brancos e tintos. À exceção do Sant’Andrea, que é um vinho de maceração em barris de carvalho, os brancos são fermentados e envelhecidos em tanques de inox, com mais algum tempo em garrafa antes do lançamento. O mesmo conceito é aplicado para o Rosato.
Já os tintos, elaborados com uvas 100% desengaçadas, passam por fermentação, também com uso de leveduras selecionadas, em tanques de cimento não vitrificado. O que muda é o período de estágio em tonneaux de carvalho (máximo de 10% de barricas novas). São três meses para o Pietradolce Rosso e 14 meses para aqueles elaborados a partir de vinhedos únicos, com exceção do Barbagalli, que passa 20 meses em carvalho.
Rosato e Archineri
A degustação começou com o Rosato 2022, elaborado a partir de vinhas de Nerello Mascalese de 40 anos, com maceração de apenas três horas. Um vinho fresco, leve e salino, um excelente ponto de partida. A seguir veio o Archineri Bianco 2021, elaborado a partir de vinhas velhas de Carricante provenientes da Contrada Caselle, em Milo, um dos melhores terroirs para vinhos brancos no Etna.
Trouxe notas de cera de abelha e cítricas no olfativo, com a boca marcada por alta acidez, boa textura e frescor. Um Carricante equilibrado, longo e salino, delicioso. Já o Archineri Rosso 2019 fechou esta parte do painel. Um vinho de boa acidez, elegância, profundidade e densidade, com um notas marcadas de couro e fruta mais madura no nariz.
Os tintos de Contrada
A degustação incluiu quatro vinhos tintos de Contrada, começando com o Rampante 2019, elaborado a partir de vinhas velhas de 80-90 anos, plantadas a 800 metros de altitude. Fruta muito pura tanto no olfativo como gustativo, um vinho de ótima acidez e elegância, que precisa de mais tempo. O Santo Espirito 2019 (850 metros), também agradou bastante, com taninos mais redondos e ótimo frescor.
Já o Feudo di Mezzo 2019 foi o último a ser lançado (esta foi sua primeira safra) e reflete bem seu terroir, a 650 metros de altitude, com taninos mais presentes e maior intensidade. Por fim, o Barbagalli 2018 justificou sua reputação de ser um dos grandes vinhos do Etna. Um Nerello Mascalese incrível, com muita profundidade e tensão, redondo e denso, mas com uma espinha dorsal de acidez marcante.
Branco de maceração
A partir do mesmo vinhedo de onde provêm as uvas do Archineri Bianco (vinhas com mais de 120 anos de idade), porém com diferenças na vinificação. O Sant’Andrea 2018 passou por maceração de oito meses em foudres de 20 hectolitros, seguidos por mais alguns meses em garrafa. Após um olfativo marcado por aromas lácteos e com toque de resina, o palato evidenciou alta acidez e boa textura, se mostrando um vinho equilibrado, untuoso e denso, mas com ótima tensão e final salino.
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