Preços mais altos impulsionam comércio mundial de vinhos em 2022

Uma forte recuperação, impulsionada sobretudo por uma alta significativa dos preços. Esta frase pode resumir o desempenho do mercado internacional de vinhos desde o final da pandemia. Dados compilados pelo Observatorio Español del Mercado del Vino mostram que o comércio mundial de vinho cresceu 10,9% na comparação entre os doze encerrados em junho de 2022 com o equivalente um ano antes. Com um total de exportações de € 36,3 bilhões em 12 meses, um novo recorde foi batido, superando os valores anteriores à pandemia.

Mas isso não significa que a quantidade de vinho exportado tenha subido. De fato, o volume de vinho exportado caiu 0,9% nos doze meses até junho deste ano, para 10,083 bilhões de litros, equivalente a 13,4 bilhões de garrafas, ou pouco mais que 1,7 garrafa por habitante do planeta. O que mostrou forte alteração foi o preço médio, que subiu 11,8% no mesmo período, passando de € 3,00 para € 3,36 por litro.

Recuperação começou em 2021

O ano de 2021 foi bastante favorável para o comércio de vinhos. O setor conseguiu não somente recuperar o que foi perdido durante a pandemia da COVID-19 (principalmente em termos de valor), mas o comércio global de vinhos atingiu suas máximas históricas em valor, volume e preço médio.

A perspectiva era que 2022 consolidasse este movimento. No entanto, o primeiro semestre deste ano foi um período de grande incerteza comercial. Fatores como a invasão militar da Ucrânia, o aumento dos preços de energia e combustíveis e a crise nos transportes e suprimentos de materiais, resultaram em maior inflação. Deste modo, o que se viu este ano foi uma tendência de preços crescentes, com estagnação dos volumes comercializados.

Espumantes lideram o crescimento

Os vinhos espumantes foram a grande estrela por trás desta recuperação. Contando com um crescimento de 14% em termos de volume (para 1,1 bilhão de litros) e de 12% no preço médio por litro, que passou de € 6,62 para € 7,42, o valor exportado bateu novos recordes. O total alcançou € 8,25 bilhões, alta de 27,8% frente aos doze meses anteriores, representando 22,8% do total faturado em exportações de vinho.

Foi o único segmento que cresceu em termos de volume. Os vinhos tranquilos em garrafa viram a quantidade exportada cair 1,7%, uma queda bem menos pronunciada, porém, que bag-in-box (-11%) e exportações de mosto (-20,1%). Em termos de preço médio, o único setor que mostrou queda foi o de vinhos a granel, que caiu 0,7%.

Desempenho por país

O mercado de exportação segue centralizado em um pequeno grupo de países produtores. Os onze principais exportadores representaram 86,9% do volume e 86,4% do valor total do vinho exportado nos doze meses até junho de 2022. Houve uma única mudança no ranking de valor em relação ao ano anterior (até junho de 2021), com o Chile superando a Austrália como o quarto maior exportador.

Em termos de volume, houve duas mudanças. A Itália superou a Espanha como o principal exportador mundial de vinhos e Portugal ultrapassou os Estados Unidos, tomando o oitavo lugar no ranking. Em relação à evolução de suas exportações, apenas três dos onze países analisados cresceram em volume (Itália, Chile e África do Sul), embora apenas dois mostraram fortes perdas na quantidade exportada (Austrália e, em menor grau, Portugal). Somente a Austrália e a África do Sul registraram preços médios menores.

Fonte: Observatorio Español del Mercado del Vino

Imagem: Couleur via Pixabay

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