O vinho italiano passou por uma significativa transformação nas últimas décadas. De um lado, viu o rápido crescimento de produtores com foco em produção em massa, impulsionados, sobretudo, pela explosão registrada na exportação de Prosecco. De outro, ocorreu também uma importante consolidação no segmento de vinhos de alta gama, resultando em grupos maiores e com áreas mais extensas de vinhedos.
Trazendo uma importante contribuição para o mapeamento do setor, a jornalista Anna di Martino publicou no suplemento semanal do jornal Corriere dela Sera um amplo estudo sobre o vinho italiano. A seguir alguns dos dados mais interessantes.
Faturamento
As cooperativas ainda têm um peso significativo no vinho italiano, ao menos quando a receita de vendas é levada em conta. Dos quinze maiores faturamentos da indústria vinícola italiana, sete são de cooperativas, inclusive a líder, a Cantine Riunite & CIV. Com um faturamento de € 635,2 milhões em 2021, esta cooperativa sediada em Campegine, na Emilia Romagna, se destaca na produção e venda de Lambrusco e Prosecco. São cerca de 1.500 cooperados e 4.700 hectares de vinhedos.
Dentre os grupos privados, dois chamam a atenção. A Italian Wine Brands foi a primeira empresa do setor a ser listada na bolsa de valores de Milão, em 2015. Ela resultou da fusão entre dois grupos, a piemontesa Giordano Vini e a Provinco Italia, com sede no Trentino. Funciona como um grande négociant, sem vinhedos próprios. Comercializa seus vinhos sob diversas marcas, como Giordano, Svinando, Alberto Nani, Aristocratico, Cá Montini e Elettra, entre outras. Já a Polo Botter tem foco principal na elaboração de Prosecco e se coloca como a maior exportadora de vinhos da Itália em volume, com uma de cada 20 garrafas exportadas pelo país.
Número de garrafas
O peso dos produtores de Prosecco no vinho italiano fica claro quando a quantidade de garrafas produzidas é levada em conta. Além da Polo Botter, dois outros (Contri Spumanti e Zonin) dos cinco maiores têm atividades centralizadas na produção deste espumante. Em relação aos demais produtores, a maioria deles tem atividades espalhadas por diversas regiões do país.
Área de vinhedos
Focando somente em grupos privados, a tabela abaixo mostra as maiores vinícolas italianas em termos de área de vinhedos. E nesta segmentação, podemos encontrar diversos nomes familiares para quem aprecia vinhos italianos de qualidade. O destaque absoluto fica com a Antinori, com 3.000 hectares de vinhedos próprios, concentrados sobretudo na Toscana. Apesar de produzir um grande volume de vinhos mais acessíveis, ganhou destaque por suas propriedades premium, como Tenuta Tignanello, Tenuta Guado al Tasso, Pian dele Vigne e Badia a Passignano.
Também com grandes áreas de vinhedos na Toscana aparecem dois grupos locais, Marchesi Frescolbaldi e Banfi. Além da Zonin, também a Tenute del Leone Alato e a Tommasi tem seu foco principal no Vêneto, enquanto Terra Moretti (dona de marcas como Bellavista, Contadi Castaldi e Sella & Mosca) e Gruppo Santa Margherita (Ca del Bosco, Cà Maiol, Kettmeier, entre outros) têm presença mais nacional.
Fonte: Corriere dela Sera; WineNews
O post Principais grupos vinícolas: o vinho italiano sob diferentes perspectivas apareceu primeiro em Wine Fun.