Quais as origens dos vinhos mais atrativas para os profissionais especializados em 2023?

A Prowein é uma das principais feiras de vinho do planeta, com foco voltado, principalmente, para os profissionais do mundo do vinho. Suas várias edições ao redor do mundo atraem produtores, exportadores, importadores, distribuidores e responsáveis por canais de distribuição, incluindo lojas de vinho (tanto presenciais como online). E, obviamente, também os jornalistas do vinho.

Com a presença de profissionais tão especializados em seus eventos, a Prowein aproveitou para realizar uma detalhada pesquisa sobre as perspectivas do mundo do vinho, ao menos da visão destes profissionais. E uma das perguntas mais interessantes foi: quais são os países de origem dos vinhos mais atrativos para você em 2023? Os participantes da pesquisa foram divididos por 16 países de origem, inclusive o Brasil.

Entendendo a pesquisa

Antes de seguir na leitura do artigo, pense qual seria a sua resposta, listando mentalmente qual seriam os três países que dão origem aos vinhos mais atrativos para você em 2023. Seria a elegância e sofisticação dos vinhos franceses? A versatilidade e capacidade de harmonização dos italianos e espanhóis? A sutileza dos alemães, suíços ou austríacos? Ou a diversidade e criatividade do Novo Mundo?

A definição precisa de “atrativo” não ficou clara, mas certamente dá a entender que considera uma combinação entre custo e qualidade. Obviamente, questões culturais e proximidade com regiões produtoras afetaram os resultados, que se mostraram bastante heterogêneos, dependendo da origem dos participantes da pesquisa.

No total, foram citados 20 países produtores de vinho, cobrindo quatro continentes. Já do lado dos participantes da pesquisa, houve uma primazia de profissionais europeus, com 13 países do Velho Continente:  Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Irlanda, Itália, Noruega, República Checa, Reino Unido, Suécia e Suíça. Os três demais foram Estados Unidos, Canadá e Brasil.

Os países mais citados

A relação completa levou em consideração os dez primeiros países produtores mais atrativos para cada um dos 16 grupos de profissionais. Dos países produtores, apenas três receberam citação por todos os 16 grupos, curiosamente (ou não) os três maiores produtores mundiais de vinho: Itália, França e Espanha. Na hora de montar uma adega, fica claro que é difícil fugir destas três potências do vinho.

As três posições seguintes ficaram com outros países europeus: Portugal (15 menções), Alemanha (13) e Áustria (11). Neste último caso, quantidade produzida certamente não foi um critério. A Áustria foi apenas o 17º maior produtor mundial de vinhos em 2021, inclusive atrás do Brasil. Algo para pensar na hora de escolher um vinho diferente.

O bloco seguinte foi composto pelos principais países produtores do Novo Mundo: África do Sul (10), Argentina, Chile e Austrália (9), Nova Zelândia (8) e Estados Unidos (7). A seguir, vieram algumas surpresas, como Grécia, Hungria e Bulgária (4), Romênia (3) e Suíça e Eslovênia (2). O Brasil recebeu uma menção, assim como o Uruguai.

Países produtores preferidos

E como fica a classificação em termos de países preferidos? Se o critério das Olimpíadas fosse escolhido (medalhas de ouro, prata e bronze), o grande destaque ficaria com a Itália. O Bel Paese fechou com sete ouros (44% dos primeiros lugares), cinco pratas e dois bronzes. Apenas dois países votantes não incluíram a Itália no pódio: Brasil e Reino Unido.

Outro destaque foi a França (4 ouros, 4 pratas e 5 bronzes), com preferências concentradas nos países escandinavos e outras nações de elevado poder aquisitivo, como o Canadá. A seguir vieram Espanha (1, 5, 2), Alemanha (1, 1, 5) e um empate entre Portugal, Áustria e África do Sul (1, 0, 0). Argentina (com duas pratas) e Chile (um bronze) fecharam o hipotético quadro de medalhas.

Como votaram alguns países

De forma geral, os profissionais de países com tradição na produção de vinho acabaram dando muito valor aos vinhos elaborados localmente. Não surpreende que na Itália, Áustria e Alemanha os vinhos locais lideraram as preferências. A proximidade com países produtores também contou, tomando como exemplo o desempenho dos vinhos alemães, que ficaram entre os favoritos nos países escandinavos, República Checa e Áustria.

Os resultados do Reino Unido, por sua vez, mais uma vez mostram que os britânicos buscam alternativas “fora da caixa”. Foi o único mercado onde os vinhos da África do Sul lideraram as preferências, seguidos por França e Argentina. Países considerados mais exóticos como Romênia e Bulgária apareceram no top ten dos britânicos, deixando de fora Alemanha e Austrália, por exemplo.

Quais os vinhos atrativos para os brasileiros?

Por fim, outro país que destoou da média foi o Brasil. Foi na sua ex-colônia que Portugal liderou as preferências pela única vez, seguido por Argentina e Chile, que também obtiveram suas melhores pontuações entre todos os 16 grupos. Foram os brasileiros que deram também a única menção para vinhos do Brasil e Uruguai. Ou seja, pesou tanto a proximidade como a herança cultural, embora o fator preço certamente também tenha contribuído de forma significativa

Um detalhe importante: em entrevistas com produtores sobre seus mercados de exportação mais atrativos (parte da mesma pesquisa), o Brasil se destaca em apenas três países exportadores de vinho. Ele aparece em segundo lugar para portugueses, argentinos e chilenos, nos três casos somente atrás do enorme mercado dos Estados Unidos. Parabéns à estratégia bem-sucedida destes produtores e exportadores, que conseguiram colocar para trás, ao menos no mercado brasileiro, alguns países com maior tradição e prestígio.

Fonte: Prowein e Geisenheim University

Imagem: Nick Fewings via Unsplash

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