Sete Chenin Blanc da safra 2021

Originária do Vale do Loire, na França, a Chenin Blanc é uma uva que conquistou o mundo. Mais de 50% da sua área plantada está distante de sua origem, na África do Sul. A França, por sua vez, responde por cerca de 30%, com a Argentina em um distante terceiro lugar. Pensando em comparar diversas expressões desta variedade, foram degustados sete vinhos, todos da safra 2021

Old Vine White 2021, Mullineux 13%

Este vinho sul-africano foi o único corte, com a Chenin Blanc responsável por 62%, com o resto composto por Clairette Blanche, Viognier, Grenache Blanc, Sémillon e Verdelho. Foi elaborado com vinhas velhas de cultivo sustentável, provenientes da região de Swartland. Na vinificação, fermentação de nove semanas em barricas, com leveduras indígenas. O vinho passou onze meses em barris de 500 litros de carvalho francês de terceiro a quinto uso e um foudre novo de 20 hectolitros.

Um dos destaques do painel, com coloração amarelo brilhante e olfativo marcado por aromas cítricos, de fruta branca e notas de madeira. Na boca, um corte de alta acidez, corpo médio e leve residual de açúcar. Um vinho profundo, elegante e fino, com boa untuosidade leve tanino e nota salina no retrogosto. Preço de R$ 319, chega ao Brasil pela Uva Vinhos.

Keep on Punching Baby Bandito 2021, Testalonga 11,5%

Um ótimo custo-benefício, também com uvas de Swartland, porém de cultivo orgânico. Fermentado e amadurecido em uma combinação de um foudre de 3.500 litros e tanque de aço inoxidável, por cinco meses. Sem filtração ou colagem, mínimo SO2 adicionado pouco antes do engarrafamento. Amarelo brilhante com olfativo em estilo redutivo, com notas cítricas e pólvora. No palato, alta a acidez e frescor, um Chenin Blanc leve, em estilo vin de soif e mais selvagem. R$ 215, Wines4U.

Bel Air 2021, Coralie et Damien Delechenau 12,5%

Geralmente engarrafado como Touraine-Amboise, em 2021 saiu como Vin de France por conta da quebra da safra. Vinhas (entre 7 e 77 anos de idade) de cultivo biodinâmico, com fermentação usando leveduras indígenas e cinco meses de envelhecimento em tanques de concreto, com suas lias. De coloração amarelo brilhante, mostrou olfativo marcado por aromas cítricos, de flores brancas e leveduras. Na boca, boa acidez, um vinho mais profundo e com leve rusticidade, com notas umami e fumê. R$ 210, Delacroix.

Chenin Blanc El Enemigo 2021, El Enemigo 12,5%

Uvas provenientes do vinhedo Los Árboles, a 950 metros de altitude. Vinificação tradicional, fermentação por 40 dias em tanques de concreto com leveduras indígenas, sem passagem por barricas. Se os tintos da linha El Enemigo remetem mais à potência, aqui uma surpresa. Elaborado em Mendoza, na Argentina, mostrou coloração amarelo brilhante com notas cítricas, florais e toque de maçã verde. Na boca, um perfil mais leve, vertical e elegante, com alta acidez e corpo médio a baixo. R$ 331, Mistral.

Cementerio 2021, Longavé 13,5%

Vinho elaborado com Chenin Blanc enxertada sobre videiras de País, plantadas em 1940 em solos graníticos. Um chileno do Valle de Maule fermentado em barricas com cachos inteiros, sem adição de leveduras ou sulfitos. Passou doze meses com suas lias em barricas de 400 litros de quarto e quinto uso. Um vinho de maior densidade e textura, com diversas características que lembraram Sémillon. Coloração amarelo mais escuro, com nariz trazendo aromas de benzina, cera, lanolina, com notas de benzina, frutas brancas e especiarias. Na boca, mostrou alta acidez e corpo médio, com mais intensidade, untuosidade e leves taninos. Um vinho salino e mais denso, com notas umami e menos tensão. R$ 374, WorldWine.

Matar Chenin Blanc 2021, Pelter 11,5%

O vinho mais simples do painel, sem grandes atrativos. Uvas do vinhedo Nana em Mitzpe Ramon, no deserto de Negev, sul de Israel. Passou três meses em barricas de carvalho francês.  Amarelo mais claro, com notas cítricas e de flores brancas, com boa acidez, corpo médio e leve amargor. Não chega ao Brasil, custa cerca de US$ 20 nos Estados Unidos

El Bandito Cortez 2021, Testalonga 12%

Um grande vinho, outro destaque do painel, evidenciando a qualidade que a Chenin Blanc pode atingir nos solos graníticos de Swartland. Uvas de cultivo orgânico não certificado, provenientes de vinhas velhas (plantadas em 1972) e cultivadas como bush vines em uma encosta de face norte. Na vinificação, prensagem dos cachos inteiros e fermentação, usando leveduras indígenas, em recipientes distintos. Foram usados quatro foudres de 500 litros de carvalho usado francês e um tanque de aço inox de 1.500 litros, onde o vinho ficou seis meses. Após este período foi feito o blend, com o vinho retornando para os mesmos recipientes. O vinho não passou por colagem e foi engarrafado após leve filtração e discreta adição de sulfitos.

Uma versão “adulta” do Baby Bandito, com coloração amarelo brilhante e olfativo marcado por aromas cítricos, acompanhados por notas de frutas brancas e amarelas, pólvora, maresia e leve baunilha. Um Chenin Blanc de alta precisão, com acidez marcante, corpo médio e muita tensão. Fresco, equilibrado e profundo. R$ 415, Wines4U.

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