Um encontro de amigos

por Lucia Porto*

Sorrisos, risadas, abraços, beijos, afetos. Brindes, discursos, saudade. Temperos que fazem a vida mais leve e ao mesmo tempo mais longa.

Atributos que não podemos avaliar ao degustar um vinho, características que não identificamos nas análises sensoriais. Mas emoções que por certo estão presentes nas fichas informais dos vinhos que foram apresentados por um grupo de 21 vinícolas, que juntas apresentaram seus vinhos pela primeira vez em um evento em um belo sábado de sol em Porto Alegre.

Em comum a todos, a vontade de produzir vinhos com a menor intervenção possível, buscando respeitar as características de cada variedade trabalhada e tentando exprimir em cada rótulo o terroir de determinadas regiões do Brasil onde são cultivadas as uvas que dão origem aos seus vinhos.

São vinhos artesanais, ancestrais, orgânicos, biodinâmicos, veganos: todos são vinhos de autor, rótulos que já trazem ou começam a mostrar detalhes da assinatura de quem os produz – características que é interessante sabermos reconhecer para lembrarmos safras adiante.

Mais do que um encontro de avaliação de vinhos, um momento como este é uma festa de troca de ideias e uma baita oportunidade de fazer novas amizades. É a hora em que os vinhateiros servem uns aos outros, comentam seus vinhos e o dos vizinhos de bancada, analisam a tonalidade, decifram os aromas, avaliam os taninos.

É quando muitos deles concordam que talvez a uva mais difícil para domar neste método seja a Pinot Noir – uma das cepas reconhecidamente mais sensíveis e complexas para trabalhar, seja da forma que for – mas apesar disso várias vinícolas trouxeram interessantes garrafas com esta variedade sozinha ou em destaque.

Mas quando se fala em facilidade de trabalho e qualidade de produto final, a maioria não tem uma escolha unânime – o que, convenhamos, é ótimo. Há uvas de todos estilos e para todos os paladares, das clássicas europeias que resultam em belos varietais ou elegantes cortes bordaleses até uvas como a Lorena, desenvolvida prioritariamente para a produção de vinhos de mesa.

Há surpresas a serem descobertas, e claro que nem todos concordamos com tudo, seja no vinho ou seja na vida.

Mas se há uma unanimidade – e aqui, claro que isso é uma opinião – é que temos diversas, dezenas e, espero, centenas – quem sabe um dia, milhares – de oportunidades de cada vez mais, provar mais e mais belos rótulos de vinhos brasileiros, produzidos de diferentes formas, em diferentes métodos de fabricação, por vinhateiros, viticultores e empresários apaixonados pelo que fazem, que conseguem com o que amor que sentem pelo vinho muitas vezes seja servido junto em cada taça que degustamos.

Um grande viva a cada um de vocês que acredita, aposta, trabalha e vive o dia a dia do vinho de autor.

 

Abaixo a lista das vinícolas que estiveram presentes no Vinho na Vila, me proporcionaram um belo sábado, que espero ter retratado de alguma forma neste texto.

@agoravinhos

@albadestilaria

@arte.liquida

@bodegakoetz

@cantina_mincarone

@casaviva_____

@domdionysius

@faccinvinhosartesanais

@fincatuira

@montaneus.vinhosartesanais

@montevinhosdeautor

@marimonioalberto

@outrovinho

@pueblopampeiro

@valparaiso_vinhos_e_vinhedos

@vinicoladecezaro

@vinhedomontebelo

@vinheticavinhos

@vinhosdaruadourtigao

@vinicolavitaeterna

@vinumterra

@vivavinhosnaturais

 

Imagem: detalhe da ficha técnica dos vinhos da @outrovinho, que vem até com sugestão de playlists no Spotify: clique aqui para ouvir.

* Lucia Porto, junto com Caroline Dani, Luiz Gustavo Lovato e Róger Perotto, é uma das sócias do Brasil de Vinhos.

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